Financiamento
Por que financiamento?
Um sistema financeiro eficiente é essencial para a alocação eficiente do capital, ou seja, para que o capital seja produtivo e contribua para o crescimento do país.
O financiamento tem papel fundamental no crescimento das empresas, pois possibilita o investimento em novas plantas, máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento, entre outros.
Além disso, é importante para a operação regular das empresas, as quais dependem de empréstimos para quitar compromissos com fornecedores e trabalhadores, quando há descasamento entre produção e faturamento.
As empresas brasileiras ainda enfrentam dificuldades para financiar suas atividades produtivas, de vendas e de exportação. Recursos insuficientes, a custos elevados ou com prazos inadequados, frustram projetos de investimento e, consequentemente, o crescimento econômico.
VISÃO 2022
O acesso das empresas ao crédito é mais fácil e o custo de obtenção de crédito é menor graças às inovações financeiras e à maior concorrência bancária. Cresce a participação de terceiros no financiamento dos investimentos das empresas industriais de todos os portes.
O mercado de capitais é mais desenvolvido, com interação de grande quantidade e diversidade de instituições. Há maior disponibilidade de financiamento de longo prazo no país, bem como para exportações, inovação e MPME. Empresas e pessoas físicas dependem menos dos bancos públicos, que têm uma nova definição de negócios e papéis.
Como estamos?
O Brasil é o último colocado entre 18 países no fator disponibilidade e custo de capital, segundo o relatório Competitividade Brasil 2017-2018: comparação com países selecionados.
RANKING DE DISPONIBILIDADE E CUSTO DE CAPITAL
Onde queremos chegar?
Objetivo principal: Melhorar o acesso das empresas a recursos para investimento
Macrometa: Aumentar a participação de recursos de terceiros nos investimentos da empresas
industriais, de 28% para 50%
PARTICIPAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS NO FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS
Temas prioritários
FINANCIAMENTO BANCÁRIO
O aumento do acesso ao financiamento bancário de baixo custo é um dos caminhos para fortalecer a competitividade da indústria
As altas taxas de juros reais para os padrões internacionais (particularmente para o capital de giro) e a insuficiência de crédito de longo prazo e de fontes estáveis de recursos são os principais fatores que dificultam o financiamento da indústria.
Apesar do aumento na relação crédito /PIB nos últimos anos, a comparação internacional evidencia espaço para crescimento do crédito no país, que representa 111,2% do PIB, enquanto a média dos países da OCDE é 192,1%, segundo o Banco Mundial (World Bank, 2018).
A despeito da queda recente da Selic, o Brasil continua entre os países com as maiores taxas de juros reais no mundo.
Além do custo elevado, a estrutura de prazos – bastante curtos – também apresenta-se como um entrave ao financiamento para o investimento no Brasil.
TAXA MÉDIA DE JUROS DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO COM RECURSOS LIVRES – PESSOAS JURÍDICAS
Objetivos
Ampliar o volume de financiamento bancário
META
Aumentar o saldo da carteira de crédito em relação ao PIB, de 24,7% para 30,0%
INICIATIVAS
- Elaboração de propostas para o desenvolvimento de novas alternativas para o financiamento privado de longo prazo
- Ampliação do financiamento bancário às empresas industriais
Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas
META
Reduzir a taxa de juros para pessoas jurídicas, de 27% a.a. para 15% a.a.
INICIATIVAS
- Redução do spread bancário
- Redução do custo do crédito para as empresas
FINANCIAMENTO NÃO BANCÁRIO
Fontes não bancárias de financiamento são alternativas com grande potencial para ampliar o acesso da indústria a recursos financeiros
Outros mecanismos de financiamento, além do financiamento bancário, podem ser alternativas com menor custo para o setor produtivo.
Informações contábeis de empresas do setor industrial revelam que o custo do capital para as companhias abertas é inferior ao enfrentado pelas empresas de capital fechado.
No entanto, os mercados de renda fixa corporativa e de ações são opções ainda pouco exploradas pelas empresas brasileiras para alavancagem financeira.
Outros fundos, como de private equity, venture capital e fintech, estão se desenvolvendo no país e apresentam grande potencial de crescimento.
A ampliação do acesso a fontes não bancárias de financiamento empresarial esbarra na regulação, na baixa capacitação dos investidores e no custo elevado das operações.
Além disso, é necessário reduzir o desconhecimento de grande parte do público quanto ao funcionamento dessas modalidades como instrumento de financiamento.
NÚMERO DE EMPRESAS LISTADAS NO MERCADO DE AÇÕES
Objetivos
Expandir o mercado de renda fixa corporativa
META
Aumentar a relação entre valor total das debêntures em relação ao PIB, de 0,67% para 1,50%
INICIATIVAS
- Promoção da emissão de títulos corporativos e aumento da liquidez nos mercados secundários
- Elaboração de propostas para ampliar a participação dos bancos públicos e de desenvolvimento como alavancadores do crédito corporativo de longo prazo
- Promoção dos fundos de investimento com aplicação de longo prazo
Desenvolver o mercado de ações
META
Aumentar o número de empresas listadas em bolsa de valores, de 349 para 480
INICIATIVAS
- Facilitação do acesso e redução do custo de abertura de capital
Aumentar o acesso a novos mecanismos de financiamento
META
Aumentar o capital comprometido da indústria de private equity e venture capital, de 2,3% do PIB para 4,0%
INICIATIVAS
- Promoção dos fundos de private equity, venture capital, investimento anjo e fintechs
- Regulamentação do investimento coletivo corporativo
GARANTIAS
A elevada exigência de garantias reais é um dos limitadores do acesso a crédito por parte das empresas industriais
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelas empresas industriais que solicitam crédito estão as exigências e a complexidade dos processos para obtenção de garantias reais, de documentação e de renovação de cadastros.
O Brasil teve nota 2,0 no Índice de Eficiência dos direitos legais do Doing Business 2018 (BANCO MUNDIAL 2017), que mede o grau em que as leis de garantias e falências protegem os direitos dos mutuários e mutuantes, facilitando assim a concessão de empréstimos. A pontuação é inferior à da América Latina e Caribe (5,4) e à da OCDE (6,2). Esse é um dos fatores que coloca o Brasil em 105ª posição no ranking de obtenção de crédito.
O acesso a linhas de financiamento específicas, como para exportação e investimento no exterior, também é dificultado pelas exigências de garantias, de acordo com a pesquisa Desafios à competitividade das exportações brasileiras, realizada pela CNI.
O acesso facilitado aos sistemas de garantias ao crédito é um importante passo para o aumento do investimento e das exportações.
PRINCIPAIS DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS EMPRESAS INDUSTRIAIS AO SOLICITAR CRÉDITO
Objetivo
Facilitar o acesso das empresas ao sistema de garantias de crédito
META
Melhorar a nota do Brasil em facilidade de acesso ao crédito, de 3,5 para 5,5
INICIATIVAS
- Aperfeiçoamento do sistema nacional de garantias
- Redução de exigências, com base na adimplência ao crédito
- Aperfeiçoamento dos instrumentos de garantias à exportação e aos investimentos no exterior
- Simplificação dos procedimentos de acesso ao crédito para inovação
- Aperfeiçoamento dos sistemas de garantias para micro, pequenas e médias empresas
FINANCIAMENTO PARA INOVAÇÃO, EXPORTAÇÃO E MPMES
O desenvolvimento da indústria depende da oferta de instrumentos de financiamento específicos para inovação e para exportação e maior acesso a esses mecanismos pelas micro, pequenas e médias empresas
Algumas atividades e grupos de empresas, dadas as suas particularidades, precisam de linhas específicas de crédito.
A inovação depende de mecanismos de financiamento próprios, adaptados aos riscos inerentes à atividade inovadora. É necessário fortalecer e aprimorar os instrumentos de alocação de recursos públicos para a inovação e buscar novas fontes de financiamento para o Sistema Nacional de Inovação. Além disso, é importante que a destinação dos recursos dos fundos de fomento seja totalmente vinculada ao desenvolvimento tecnológico e da inovação.
O financiamento às exportações precisa de mecanismos próprios, por lidar com incertezas relacionadas à variação cambial, ao risco político e ao apoio financeiro de governos estrangeiros às suas exportações. Para que as empresas brasileiras consigam competir no mercado externo, é necessário simplificar os processos e aprimorar os mecanismos de financiamento às exportações.
As micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) enfrentam dificuldades operacionais, seja em decorrência de baixo nível organizacional e reduzida escala produtiva, seja pelo difícil acesso ao conhecimento. As MPMEs sofrem dificuldades mais acentuadas de acesso a financiamento quando comparadas às empresas de grande porte. Entre os principais entraves, encontram-se questões relacionadas ao alto custo de transação dos empréstimos, às assimetrias de informação e à falta de garantias reais.
É preciso garantir a existência, consistência e continuidade desses mecanismos de financiamento específicos.
PARTICIPAÇÃO DOS EMPRÉSTIMOS A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO DESEMBOLSO ANUAL DO BNDES
Objetivos
Aprimorar os mecanismos para facilitar o acesso a financiamentos e incentivos à inovação
META
Aumentar a participação das empresas industriais que inovaram com financiamento público em relação ao total de empresas industriais que inovaram, de 33,8% para 50,0%
INICIATIVAS
- Aperfeiçoamento dos mecanismos de financiamento à inovação
- Fortalecimento da EMBRAPII nas atividades de P&D pré-competitivo
- Aperfeiçoamento das regras de investimento compulsório em P&D de setores regulados
Ampliar o financiamento à exportação
META
Aumentar o percentual de exportação que conta com linhas de financiamento específicas, de 40% para 50%
INICIATIVAS
- Aperfeiçoamento das linhas de financiamento
- Aperfeiçoamento da governança do sistema de financiamento à exportação
- Ampliação da participação dos bancos comerciais no financiamento às exportações
Ampliar o financiamento para as micro, pequenas e médias empresas
META
Aumentar o desembolso do BNDES, para MPMEs, de R$ 25,2 milhões para R$ 40,0 milhões, em reais constantes de 2014
INICIATIVAS
- Implementação de programas de educação financeira para micro, pequenas e médias empresas
- Padronização de documentos e exigências de análise de crédito
- Aperfeiçoamento e difusão do serviço de mentoria de crédito
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