Política econômica e desenvolvimento regional
O financiamento à atividade produtiva continua a ser um dos gargalos enfrentados pela indústria brasileira. Hoje, o financiamento de longo prazo no Brasil é fundamentalmente baseado em recursos oficiais, em especial, do BNDES. Esse banco tem um papel fundamental no financiamento bancário, mas seus recursos são insuficientes para atender a toda a demanda.
A indústria precisa de alternativas acessíveis e de baixo custo para financiar o investimento. Nesse ambiente, o desenvolvimento de alternativas de financiamento de curto e longo prazo, como o mercado de títulos privados, o mercado de capitais e um robusto e acessível sistema de crédito bancário, são indispensáveis para intensificação dos planos de investimento nos próximos anos.
Desenvolver essas alternativas de financiamento empresarial requer o enfrentamento de uma série de desafios. Desafios que estão associados à complexidade da legislação, à capacitação dos investidores, ao custo elevado de capital, entre outros.
Pontos Chave
1. O financiamento privado de longo prazo dependerá cada vez mais da emissão de títulos de dívida incentivados.
É fundamental a ampliação do escopo das debêntures incentivadas. Para tanto, é preciso acabar com a assimetria de tratamento entre as debêntures emitidas pelas empresas do segmento de infraestrutura e as demais corporações do setor industrial, mantendo-se inalteradas todas as exigências relacionadas ao perfil dos ativos emitidos com benefício fiscal. Para garantir a atratividade desses segmentos aos investidores, é fundamental, ainda, conferir maior liquidez ao mercado secundário.
2. Regularizar as condições de crédito às empresas é fundamental para sair da crise.
Promover a melhoria das condições de acesso ao crédito de curto prazo às empresas, com a criação de linhas especiais com recursos dos compulsórios bancários e a ampliação do sistema de garantias.
3. São necessárias fontes alternativas de financiamento empresarial.
O desenvolvimento do mercado brasileiro de financiamento não-bancário é uma necessidade, diante da escassez das fontes tradicionais de financiamento. Pontos importantes dessa agenda são a promoção do uso de produtos de factoring, o desenvolvimento do mercado de capital de risco e a adoção de incentivos tributários a investidores.
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