Corrupção reduz investimentos em serviços básicos e prejudica toda economia brasileira, diz presidente da CNI

Na abertura da 4ª Conferência Empresa Limpa, Robson Braga de Andrade falou dos avanços das empresas na adoção de programas de integridade e defendeu parcerias com o setor público no combate a ilícitos

O prêmio é um reconhecimento de empresas como exemplos de ética e integridade nas relações com os setores público e privado

A corrupção reduz investimentos nos serviços essenciais de educação, saúde e segurança e contribui para o desemprego e para a diminuição da renda dos brasileiros. “Além disso, a má conduta no mundo corporativo afeta a economia como um todo, reduzindo a produtividade e a competitividade do país ao prejudicar a dia a dia das empresas que não compactuam com as práticas ilícitas”, destacou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, ao falar na abertura da 4a Conferência Empresa Limpa, em Brasília, que marcou a entrega do prêmio Empresa Pró-Ética.

Iniciativa do Ministério da Transparência e da Controladoria Geral da União (CGU), o prêmio é um reconhecimento de empresas como exemplos de ética e integridade nas relações com os setores público e privado. Para o presidente da CNI, o evento incentiva governos e setor produtivo a adotar políticas que contribuam para a redução de práticas fraudulentas e ilícitas. “O combate à corrupção não é uma tarefa simples, mas se reveste de fundamental importância para a construção do país que queremos”, disse.

Nesta edição do prêmio, criado em 2010, foram reconhecidas 23 empresas pela adoção de políticas e ações de integridade e que contribuem para a redução de riscos de ilícitos. Na abertura do evento, o ministro substituto da Transparência e da CGU, Wagner de Campos Rosário, falou dos avanços no trabalho do órgão no combate e na prevenção à corrupção. “Correr atrás da corrupção já implementada não traz muitos resultados. Precisamos encontrar as redes para implementar medidas efetivas e tomar medidas preventivas, no setor privado e no setor público e é o que estamos fazendo”, afirmou.

PARCERIAS – A advogada-geral da União, Grace Maria Fernandes Mendonça, conclamou empresas e o setor público a estreitarem as parcerias na adoção de programas de ética e integridade. Segundo ela, o combate à corrupção é uma política de Estado, mas seu sucesso depende de que as empresas que atuam no Brasil também adotem as melhores práticas. “Precisamos ser verdadeiras intransigentes com a corrupção, com condutas que violam os princípios da probidade administrativa, porque se há um agente público corrupto, é provável que haja uma empresa corruptora”, explicou.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, lembrou dos avanços recentes no combate à corrupção no Brasil e os efeitos sofridos pelo país em decorrência da crise ética em importantes empresas do país e a consequência disso sobre o emprego e a renda. “Com a corrupção perdemos todos, perdemos competitividade, está claro. As empresas que optam por atividades ilícitas, violam o próprio interesse empresarial. As empresa que dão certo, mais do que controle interno, foi o incentivo à boa conduta empresarial e individual”, disse.

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