Trabalho é bom para saúde e a saúde é um requisito para bons negócios, diz especialista finlandês

Kari-Pekka Martimo fez palestra durante evento que marcou o lançamento da Plataforma de Soluções SESI, que permitirá redução de custos da empresa e melhora da saúde do trabalhador

O especialista finlandês Kari-Pekka Martimo alertou que as iniciativas de promoção à saúde e segurança no trabalho reduzem efetivamente as doenças relacionadas ao trabalho e permitem a manutenção da renda e da qualidade de vida do trabalhador

Empresas e trabalhadores são enormemente beneficiados com políticas de promoção à saúde e de segurança no trabalho. A afirmação é do especialista em Medicina do Trabalho e ex-diretor do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, Kari-Pekka Martimo, que participou nesta terça-feira (28) do evento Inovação em Saúde e Segurança na Indústria, promovido pelo Serviço Social da Indústria (SESI), em São Paulo. “Trabalho é bom para saúde e a saúde é um requisito para bons negócios”, enfatizou o especialista ao encerrar a palestra.

O evento marcou o lançamento da Plataforma Nacional de Soluções SESI, ambiente virtual que reúne serviços, produtos e processos inovadores desenvolvidos pelos oito Centros de Inovação do SESI. A ferramenta, inédita no mercado de saúde e segurança do trabalho na indústria, está disponível na internet.

O gerente-executivo de Saúde e Segurança na Indústria do SESI, Emmanuel Lacerda, detalhou que o portal reúne uma série de produtos voltados para a melhoria da saúde e segurança do trabalhador no ambiente industrial. “A plataforma deve cumprir o papel de ser uma captadora de demandas. É um ambiente aberto, de inovação, de diálogo com a indústria e também com parceiros, voltada para as soluções que mais aderem às necessidades para as empresas”, destacou.

“A nossa ideia é que os trabalhadores da indústria possam ter a melhor cobertura e assistência, além das melhores condições para manter sua integridade de saúde e de segurança. A ideia é reduzir problemas de saúde e os riscos relacionados à saúde e segurança no trabalho”, acrescentou Lacerda.

O SESI criou, em 2017, oito centros de inovação nas principais áreas temáticas de saúde e segurança, com o objetivo de desenvolver projetos de pesquisa aplicada a partir da demanda da indústria. Essas unidades desenvolveram as soluções hoje reunidas na Plataforma, entre as quais o sensor acoplado ao capacete de trabalhadores da indústria da construção civil que apita em ambientes considerados inadequados e inseguros para o trabalhador, onde também são instalados chips que emitem alertas sonoros. A solução foi desenvolvida pelo Centro de Inovação SESI de Tecnologias para a Saúde, em Santa Catarina.

Outra solução disponível na Plataforma é a de prevenção da incapacidade. Desenvolvido pelo SESI na Bahia, a ferramenta traz um método de capacitação de médicos, gestores de recursos humanos e supervisores para que estes saibam identificar e orientar trabalhadores que apresentem não só problemas de doença, mas também fatores como problemas familiares que possam atingir a capacidade de trabalho.

O Dr. Dráuzio Varella criticou o atual modelo dos planos de saúde no país

BENEFÍCIOS – O especialista finlandês Kari-Pekka Martimo, referência mundial em Medicina do Trabalho, alertou que as iniciativas de promoção à saúde e segurança no trabalho reduzem efetivamente as doenças relacionadas ao trabalho e permitem a manutenção da renda e da qualidade de vida do trabalhador. “Os benefícios dos empregadores são com a redução de afastamento, melhora da produção e da imagem corporativa”, disse.

Também palestrante do evento, o médico oncologista Drauzio Varella alertou que a falta de exercícios físicos é, atualmente, um dos grandes vilões para a saúde do trabalhador. “Hoje dá para ganhar a vida sentado. Esta equação não fecha. As pessoas têm que usar o corpo de forma mais racional de forma a evitar doenças degenerativas crônicas”, frisou.

PLANOS DE SAÚDE - Drauzio Varella criticou o atual modelo dos planos de saúde no país. “O médico briga com o plano de saúde e com o paciente. E o plano com os dois. Não pode dar certo um sistema que é tudo contra tudo e contra todos”, discursou Varella, antes de observar que hoje, no Brasil, cerca de 30% dos exames de imagem não são buscados nos laboratórios, o que significa enorme gasto ocasionado, segundo ele, pelo fato de os médicos em geral pedirem exames em excesso.

Na manhã desta terça-feira, o SESI realizou reunião do Grupo de Trabalho em Saúde Suplementar constituído pela CNI para debater os impactos dos planos empresariais coletivos para as empresas. O grupo vai formular propostas voltadas para a redução dos custos da indústria com planos de saúde e para maior eficiência do setor. O objetivo, além de contribuir para a gestão dos custos com saúde, é garantir a manutenção e qualidade dos benefícios aos trabalhadores na indústria.

SAIBA MAIS - Acesse o site da Plataforma Nacional de Soluções SESI.

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