Inovação precisa estar no centro da estratégia para empresas serem competitivas, diz diretor-geral do SENAI

Rafael Lucchesi participou do debate Inovação: o desafio da indústria, realizado pela IstoÉ Dinheiro. Também presente ao evento, o superintendente Nacional do IEL, Paulo Mól, frisou que o país tem duplo desafio em relação à política industrial de inovação

O debate foi realizado pela revista IstoÉ Dinheiro, em São Paulo

A inovação é uma agenda imprescindível para empresas que buscam ser competitivas no mercado nacional e global. Essa é a avaliação do diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, que participou nesta terça-feira (7) do debate Inovação: o desafio da indústria, realizado pela revista IstoÉ Dinheiro, em São Paulo. Lucchesi afirmou que o grande desafio da indústria brasileira é aumentar sua produtividade.

“Nas principais empresas, a inovação está no centro das estratégias. É imperativo que a inovação esteja comandando a estratégia”, destacou. “Inovação é ganhar dinheiro com o conhecimento, é o principal fator de competitividade”, acrescentou Lucchesi.

Além de diretor-geral do SENAI, Lucchesi exerce o cargo de diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na avaliação de Lucchesi, uma empresa inovadora precisa ter um setor específico de inovação para ser bem-sucedida, ganhar em produtividade e se tornar competitiva. “Seguramente, a empresa precisa ter uma área específica para tratar de inovação. Isso não é excludente para a empresa toda ser inovadora, embora a inovação seja diferente das culturas de gestão, onde era preciso ter todos alinhados, do presidente ao porteiro”, afirmou. O diretor observou que o SENAI tem uma rede de 25 institutos de inovação capazes de auxiliar indústrias de todos os portes no esforço de investir em inovação.

Ao lado de Lucchesi, participaram do debate, transmitido pelo Facebook da IstoÉ Dinheiro, o superintendente Nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Paulo Mól; o diretor-geral da Accenture Industry, Constantino Seixas Filho; a chefe do Departamento de Bens de Capital do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Ana Cristina Costa; e o conselheiro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) João Fernando de Oliveira.

Para o diretor-geral do SENAI, a Indústria 4.0 vai transformar até 70% do mercado de trabalho, principalmente as atividades organizadas por tarefas. Nesse contexto, Lucchesi observou que o SENAI, na condição de maior complexo de educação para a indústria do Brasil e um dos maiores do mundo, monitora as rotas tecnológicas dos 28 setores da indústria para preparar profissionais qualificados para as novas demandas do setor. “O SENAI tem um pacote completo da solução de digitalização. Cobrimos plenamente essa agenda que é fundamental para a competitividade industrial”, enfatizou.

DUPLO DESAFIO – Paulo Mól mencionou que o país tem um duplo desafio em relação à política industrial: concluir a agenda do Século 20, por meio da consolidação da infraestrutura, das relações trabalhistas e tributárias e acompanhar os desafios do Século 21, que se impõem por meio da tecnologia. “Um país forte precisa de uma indústria forte e, para isso, é preciso ter uma estratégia muito forte para a Indústria 4.0 sob o risco de perdermos esse bonde”, frisou.

Segundo o superintendente do IEL, o Brasil só será mais competitivo se a indústria nacional ganhar produtividade. Ele observou que o país só terá protagonismo se unir governo, setor produtivo e academia em torno da agenda de inovação. Além disso, apontou como imprescindível a educação para a formação de mão de obra cada vez mais qualificada. “Há pesquisas que mostram que as pessoas que nascem agora passarão por cinco profissões, sendo que três ou quatro ainda não existem. Os postos de trabalho que serão abertos exigirão maior qualificação do profissional”, disse Mól.

SAIBA MAIS - Assista ao vídeo do debateInovação: o desafio da indústria.

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