Competidores de 68 países vão realizar provas que reproduzem o dia a dia de profissões técnicas
Uma mistura de emoções tomou conta dos competidores no primeiro dia de provas da WorldSkills, a maior competição de profissões técnicas do mundo, que ocorre em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Momentos de alegria, euforia, tensão, preocupação com o tempo se alternaram nas horas iniciais dos quatro dias que os participantes terão para solucionar os desafios propostos e tentar conseguir medalhas. A avaliação geral, no entanto, foi a de que o intensivo treinamento ajudou a delegação brasileira a tirar proveito das surpresas e novidades surgidas no torneio neste domingo (15).
A dupla que representa o Brasil na modalidade Jardinagem e Paisagismo – Davi Duarte Fonseca, 22 anos, e Yudi Hayashi, 20 anos – ficou apreensiva ao conhecer o projeto que terá de executar até quarta-feira (18). Além de complexa, a proposta tem elementos diferentes de outras edições, o que coloca novos desafios aos jovens, como a obrigatoriedade de utilizar argamassa nos tijolos do jardim, o que não é comum. Além de tudo, eles tiveram de lidar com uma pane elétrica no pavilhão onde foi montado o ambiente de sua ocupação, o que atrasou a finalização da tarefa do dia.
A sorte é que ambos possuem qualificações adicionais que vão ajudar na execução do projeto (Yudi fez curso de Edificações e Davi chegou a treinar na área de Movelaria) e eles vão utilizar os conhecimentos extras para tentar tirar vantagem em relação aos concorrentes. “Estávamos acostumados com outro tipo de projeto e a gente teve de começar em um ritmo mais acelerado. Estou um pouco tenso, mas vamos conseguir”, diz, confiante, Davi.
Eric Cristhiano Marcelino da Silva, 20 anos, de Web Design, também teve de correr para lidar com o fator surpresa no primeiro dia de prova – na maioria das modalidades, a regra da competição prevê uma mudança de pelo menos 30% no desafio lançado. O brasileiro esperava desenhar e executar um website para um festival de música, como foi proposto inicialmente, mas foi desafiado a fazer um projeto da área de moda. “O primeiro dia de competição normalmente é difícil para todo mundo, a prova era longa, mas acredito que estou indo bem”, avaliou, sem esconder o cansaço.
Até quarta-feira (18), mais de 1.200 competidores de 68 países vão enfrentar provas que reproduzem o dia a dia de 52 profissões técnicas. Eles têm de executar os desafios com excelência e agilidade. Em alguns casos, todos os módulos são surpresa, como na Tecnologia da Moda. Em outros, como a Robótica Móvel, eles apresentam uma solução previamente desenvolvida a um problema apresentado. A cada dia, eles obtêm uma pontuação que se soma e, ao final, aponta o campeão em cada ocupação. A delegação do Brasil tem 56 competidores que são alunos ou ex-alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Os competidores terão 4 dias para solucionar desafios em busca das medalhas de ouro
EMOÇÃO - Os competidores também tiveram de trabalhar a emoção de começar o torneio depois de muito esforço e dedicação a um treinamento rigoroso que, em geral, durou dois anos. “A primeira coisa que eu pensei hoje foi: de todas as provas que eu já fiz, esta tem de ser a melhor. É bem forte saber que todo tempo de treinamento vai se resumir em quatro dias de prova, mas estou satisfeito com o desempenho de hoje e espero que se repita nos próximos dias”, resume Fábio Serpa Crisostomo, 21 anos, competidor de Movelaria, feliz com o resultado do primeiro dia, que saiu como planejado.
Rafael Dário de Oliveira Silva, 22 anos, não escondia a animação em participar, pela primeira vez, de uma competição internacional do porte da WorldSkills. “Quando eu entrei no ambiente da minha ocupação e veio o apito do início da prova, deu uma emoção grande de ver que estava valendo”, relata. “Eu gostei muito da estrutura, achei tudo muito organizado. É uma experiência que vou levar para o resto da minha vida", conta ele, competidor da área de Soldagem.
“É sempre uma grande emoção ver a maior competição de educação profissional do mundo, ver competidores de mais de 60 países aliando o talento ao trabalho, estabelecendo caminhos para a juventude”, avalia o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, que acompanha de perto a delegação brasileira. “Dá uma alegria especial saber que o Brasil figura entre os favoritos, entre as mais destacadas e preparadas delegações. Os jovens treinados e capacitados pelo SENAI e pelo Senac estabelecem um padrão de excelência elevado no mundo com relação à educação profissional.”
Neste domingo (15), Lucchesi encontrou-se com o vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens (CNC), Laércio Oliveira, que visitou o estande do SENAI montado na área de competições, onde é exibido um protótipo do flatfish, robô subaquático autônomo desenvolvido pelo SENAI-Cimatec, em Salvador. “A WorldSkills é um centro de conhecimento, de crescimento, de formação, de valorização dos jovens brasileiros, que vêm aqui e fazem bonito. Esse é o Brasil que nós acreditamos e torcemos para que dê certo”, disse.
COBERTURA COMPLETA:
- Assista a todos os episódios do programa de TV Brasil na WorldSkills.
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