Competidores da WorldSkills têm surpresas ao conhecer equipamentos que serão usados nas provas do torneio mundial

Jovens brasileiros que participam, em Abu Dhabi, da maior competição de profissões técnicas do mundo tiveram primeiro contato com máquinas e ferramentas nesta sexta (13); alguns receberam novidades, como mudanças nos desafios propostos pela organização

Competidor em Polimecânica e Automação, Bruno D'Avila Gruner, checa os equipamentos

Falta pouco para começar a maior competição mundial de profissões técnicas, a WorldSkills, que neste ano será em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Nesta sexta-feira (13), os competidores brasileiros conheceram os ambientes em que as provas serão realizadas a partir de domingo (15). A primeira missão foi organizar a estação de trabalho e se familiarizar com os equipamentos e ferramentas, uma parte ainda não comercializada no Brasil.

Surpresas surgiram para alguns competidores, como João Paulo Luís da Silva, 19 anos, aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) que busca uma medalha em Manutenção de Veículos Pesados. Ele soube hoje que mudaram duas das seis provas que ele terá de realizar durante o torneio. Agora, seu plano é usar as próximas horas para estudar em detalhes os manuais e especificações dos equipamentos com os quais terá de trabalhar. “Vou ter de usar os próximos dois dias para aprender a solucionar os defeitos na máquina, mas acredito que vai dar tudo certo”, diz ele, sem esconder um pouco de apreensão com a novidade.

João Paulo recebeu conselhos do ex-aluno do SENAI de Bauru (SP) Luís Carlos Sanches Machado, que ele encontrou por acaso na área da competição. Luís Carlos ganhou o prêmio Albert Vidal por ter sido o competidor com maior pontuação entre todos do torneio em 2015, realizado em São Paulo. Ele está em Abu Dhabi como instrutor do competidor de Tecnologia Automotiva da delegação dos Emirados Árabes. Na sua opinião, o segredo para se conseguir a maior honraria da WorldSkills é ter determinação. “O meu conselho aos atuais competidores é não desistir nunca. A prova, muitas vezes, vai parecer muito difícil, mas o segredo para mim foi buscar, até o último segundo, tentar conseguir o melhor resultado”, incentiva.

De domingo a quarta-feira, mais de 1.200 jovens de 68 países vão competir em 52 ocupações técnicas, como Eletricidade Industrial, Manutenção de Aeronaves, Mecatrônica, Confeitaria, Web Design, entre outras. Os competidores terão de realizar os desafios propostos com excelência técnica e no tempo exigido. A delegação brasileira tem 56 alunos e ex-alunos do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), que vão competir em 50 ocupações. O Brasil é o atual campeão da WorldSkills por ter conquistado 27 medalhas na edição realizada há dois anos.

Lucas Henrique de Lira, 21 anos, competidor de Tecnologia Automotiva, também se familiarizou, nesta sexta, com equipamentos e automóveis que não estão disponíveis no Brasil, como o Nissan Sunny, veículo que não é comercializado no país. “Meu primeiro dia de ambientação foi muito importante porque há equipamentos que não existem no Brasil, por isso dei uma ênfase maior neles. Mas acredito que estou preparado para a prova”, avalia, animado.

Para Paulo Renan Ferreira Molaia, 20 anos, competidor em Funilaria Automotiva, as novidades não vão pôr os brasileiros em desvantagem, pois, na sua visão, a maioria dos competidores de outros países também não está familiarizada com algumas das máquinas de última geração disponibilizadas por grandes empresas para a WorldSkills. “Pelo que notei nos outros competidores, dois equipamentos foram novidade para a maioria deles, por isso estamos confiantes para buscar o ouro”, avaliou.

CHINA – Nesta sexta-feira, a assembleia-geral da WorldSkills, que reúne os delegados dos 77 países membros da organização internacional, também reuniu-se pela vez. A principal definição do primeiro dia do encontro foi a escolha da cidade de Xangai, na China, para sediar a competição mundial em 2021. Na próxima edição, em 2019, o evento ocorrerá em Kazan, na Rússia.

Na avaliação do diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, que esteve na assembleia-geral como representante do Brasil, o interesse da China em sediar a competição é um sinal da maior valorização da agenda de educação profissional nos países emergentes. “A WorldSkills nasceu como uma organização europeia e tem ganhado maior representatividade. O fato de, em 2015, a competição ter se realizado em São Paulo, em 2017 ser em Abu Dhabi, em 2019 ser em Kazan e em 2021 ser em Xangai é uma demonstração de que as novas potências industriais têm buscado também um lugar importante na agenda de educação profissional”, analisa.

“A China é uma grande potência, uma importante plataforma de manufatura, uma das maiores do planeta e, seguramente, vai buscar liderança tanto na fase de organização como nos aspectos de competição da WorldSkills”, complementa. 

COBERTURA COMPLETA:
- Assista a todos os episódios do programa de TV Brasil na WorldSkills.
- Veja as fotos do dia a dia da nossa delegação em Abu Dhabi no Flickr da CNI.
- Conheça os nossos competidores na WorldSkills 2017
- Acompanhe a participação do Brasil no mundial em um site especial aqui no Portal da Indústria!

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