SENAI é referência na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho

Evento realizado pelo Tribunal de Contas da União, nos dias 20 e 21 de setembro, marcou as comemorações pelo Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

O pioneirismo do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em qualificar pessoas com os mais diversos tipos de deficiência para o mercado de trabalho foi destaque do painel que encerrou o Seminário Internacional Acessibilidade e Inclusão: Expressão da Cidadania, realizado em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU) nos dias 20 e 21 de setembro, em Brasília. O evento, que marcou o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado ontem, reuniu especialistas nacionais e internacionais no tema de acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência.

De acordo com o diretor de Operações do SENAI, Gustavo Leal, nos últimos três anos, o Programa SENAI de Ações Inclusivas qualificou mais de 100 mil pessoas com deficiência nas 28 áreas técnológicas em que a instituição atua. Em 2016, o SENAI foi responsável por 57% das matrículas de pessoas com deficiência na educação profissional. “Buscamos ser uma instituição melhor, mais aberta e que sabe lidar com a diversidade”, destacou Leal.

“Buscamos ser uma instituição melhor, mais aberta e que sabe lidar com a diversidade” - Gustavo Leal

Segundo ele, dos 700 livros didáticos desenvolvidos pelo SENAI, cerca de 300 são adaptados para a aprendizagem de pessoas com necessidades específicas. “Além disso, buscamos capacitar todos os docentes para lidar com pessoas com deficiência. Em três anos, 3 mil instrutores foram capacitados”, disse.

ADAPTAÇÃO - Eliane Dall Agnese, analista de Serviço Social da empresa STIHL de São Leopoldo (RS), empresa siderúrgica de origem alemã, falou da parceria bem sucedida realizada com o SENAI. Em 2008, o Ministério Público auditou a empresa por não preencher as cotas para pessoas com deficiência. “Logo pensamos em desenvolver curso de aprendizagem para pessoas com deficiência intelectual, enfrentando resistências de profissionais dentro da indústria e de familiares dessas pessoas”, contou. “Lançamos o desafio ao SENAI, que aceituou prontamente.”

Eliane relatou que o desenvolvimento desse curso provocou uma mudança no próprio SENAI, que estava mais acostumado a lidar com outros tipos de deficiência. “A instituição teve de desconstruir a metodologia para ter algo novo para capacitar pessoas que não sabiam ler e nem contar até 10”, lembrou. “Mas deu certo, sobretudo porque o SENAI não apenas acompanhava esses profissionais na escola, mas como dentro da fábrica. Hoje esses profissionais estão completando seis anos de empresa, que fornece também apoio psicopedagógico.”

MODELO SUECO – O membro do Conselho de Comércio e Investimento da Embaixada da Suécia Bjorn Clavey apresentou o modelo de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho daquele país. Segundo ele, a Suécia tem quase um milhão de pessoas com deficiência entre 16 e 64 anos, o que representa 16% da população. Desse total, 62% estão inseridas no mercado de trabalho. “Não temos sistema de cota como no Brasil, mas a questão da inclusão é tratada como uma responsabilidade transversal, que permeia todas as áreas e esferas do governo”, destacou.

Segundo Clavey, a política de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho é realizada por meio de subsídio para empresas realizarem adaptações necessárias, de emprego protegido no setor público com duração máxima de um ano e de uma empresa estatal que atua em diversas indústrias para preparar esses profissionais para irem para o mercado de trabalho privado.

Também participaram do painel o diretor do Departamento de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Bernd dos Santos Mayer, e o coordenador de Comunicação da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Marco Túlio Pereira da Silva. A procuradora Fernanda Maria Pessoa di Cavalcanti, responsável nacional pelo Projeto de Inserção de Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho, moderou o debate.

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