Fraca atividade da construção afeta confiança dos empresários

Pesquisa da CNI mostra que Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção caiu para 48,4 pontos em julho puxado por queda nas expectativas futuras

O fraco desempenho da indústria da construção afetou a confiança dos empresários em julho. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção caiu de 50,4 pontos em junho para 48,4 pontos neste mês. As informações são da Sondagem Indústria da Construção divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira, 27 de julho. O índice varia de zero a cem. Valores abaixo de 50 pontos, sinalizam falta de confiança.

Conforme o levantamento, a queda na confiança está relacionada, sobretudo, ao índice de expectativa, que passou de 54,8 pontos em junho para 52 pontos em julho. O indicador, no entanto, se mantém acima dos 50 pontos, apontando confiança dos empresários quanto ao futuro, embora em menor intensidade que em junho. O indicador de confiança sobre a situação atual teve queda de apenas 0,5 ponto e registrou 41,1 pontos neste mês.

As expectativas dos empresários pioraram em julho. O indicador de expectativa do nível de atividade, que em junho apontava para manutenção do nível de atividade, caiu para 48,6 pontos neste mês. O índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços registrou 47,6 pontos, de compra de insumos e matérias-primas assinalou 47,5 pontos e de número de empregados foi de 47,8 pontos. Indicadores abaixo dos 50 pontos sinalizam pessimismo.

O cenário adverso fez com que a intenção de investimentos, que está em nível abaixo dos 50 pontos há mais de três anos, caísse ainda mais. O indicador de intenção de investimento atingiu 26,7 pontos em julho, valor 0,5 menor que o de junho.

QUEDA NA ATIVIDADE – A atividade e o emprego na indústria da construção têm queda mais intensa em junho. O índice de nível de atividade caiu 1,3 ponto e registrou 42,8 pontos em junho. O indicador de número de empregados foi para 41,8 pontos no mês passado, com queda de 0,9 ponto ante maio. Quanto mais abaixo dos 50 pontos, mais intensa e disseminada é a queda.

A ociosidade continua elevada no setor. A utilização da capacidade de operação, que permaneceu estável em 55% em junho, ficou 8 pontos percentuais abaixo da média histórica para o mês. O indicador de nível de atividade efetivo-usual passou de 30,3 pontos em maio para 29,6 pontos em junho, sinalizando atividade abaixo do usual para o mês.

SITUAÇÃO FINANCEIRA – A situação financeira das empresas continua difícil no segundo trimestre do ano. Apesar do crescimento frente aos primeiros três meses de 2017, os indicadores continuam muito abaixo dos 50 pontos, que indicam insatisfação com a margem de lucro e a situação financeira. O índice de satisfação com a margem de lucro registrou 33,1 pontos e o de satisfação com a situação financeira assinalou 37,2 pontos no segundo trimestre.

Apesar de o indicador de acesso ao crédito ter crescido 1,1 ponto entre o primeiro e o segundo trimestres, a dificuldade de se obter financiamento também se mantém, uma vez que o índice permanece abaixo dos 50 pontos, em 28,5 pontos.

Pelo quinto trimestre consecutivo, a falta de demanda foi o principal obstáculo para a indústria da construção. O problema foi assinalado por 35,8% dos empresários. O segundo maior desafio é a elevada carga tributária, mencionada por 29,7% dos entrevistados, seguida pela inadimplência dos clientes, apontada por 28,5% dos industriais. A taxa de juros elevada, que era o segundo maior problema do setor no primeiro trimestre, foi para a quarta posição, com 27,9% das menções.

O levantamento foi feito entre 3 e 12 de julho com 599 empresas, das quais 206 pequenas, 267 médias e 126 de grande porte.

SAIBA MAIS - Acesse a página da Sondagem Indústria da Construção para conhecer todos os detalhes da pesquisa.

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