Inovações disruptivas criam oportunidades de negócios para a indústria brasileira

Segundo especialistas, é preciso mobilizar empresários para atualizar a manufatura brasileira em relação à assimilação das tecnologias disruptivas, inovações interconectadas que transformam o mundo das empresas, a estrutura dos negócios e a vida das pessoas

No debate, foi apresentado o Projeto Indústria 2027

As oportunidades de negócio que as inovações criam para a indústria, bem como os riscos de atraso na adoção dessas tecnologias foram temas centrais do debate Indústria do Futuro: riscos e oportunidades para o Brasil diante das inovações disruptivas, realizado nesta terça-feira (27), durante o 7º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria”, em São Paulo.

Executivos, especialistas em tecnologia e acadêmicos discutiram a necessidade de atualização da manufatura brasileira em relação à assimilação das tecnologias disruptivas, inovações interconectadas que transformam o mundo das empresas, a estrutura dos negócios e a vida das pessoas. O objetivo foi chamar a atenção para a velocidade de incorporação da convergência tecnológica na indústria brasileira.

No debate, o professor da Unicamp Luciano Coutinho apresentou o Projeto Indústria 2027 – Riscos e Oportunidades para o Brasil diante das Inovações Disruptivas. Inédito no Brasil, o projeto é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com execução técnica da UFRJ e Unicamp.

Coutinho informou que as pesquisas e estudos do Projeto Indústria 2027 vão abranger oito grupos de inovações potencialmente disruptivas: internet das coisas, tecnologia de redes de comunicação; inteligência artificial, big data; produção inteligente e conectada; bioprocessos e biotecnologias avançadas; nanotecnologia; materiais avançados; e armazenamento de energia.

Entre as ações em curso, o professor da Unicamp citou a realização de uma pesquisa de campo entre as empresas industriais para se verificar o nível da adoção dessas tecnologias nas fábricas. Segundo ele, dados preliminares indicam que metade do setor industrial considera que a indústria precisa se modernizar. “Não podemos deixar de ter visão de futuro. Não falo em mudanças incrementais, mas em pequenos saltos (tecnológicos) e não fazê-los seria um risco de obsolescência.”

MÉDIAS E PEQUENAS EMPRESAS - Na visão do gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI, Marcelo Prim, o desafio é sensibilizar as médias e pequenas indústrias para o potencial de negócios a serem gerados pelas inovações disruptivas. Ao ressaltar esse ponto, Prim lembrou que são os médios e pequenos negócios os maiores geradores de emprego. “Estamos falando da Indústria 4.0. Mas, ao mesmo tempo, estamos falamos de tecnologias baratas e acessíveis que podem fazer diferença no chão de fábrica dessas empresas.”

Em outra ponta, a da incorporação das inovações disruptivas, o diretor de TI da GE, David Burns, apontou os desafios para a manufatura de grande porte, expondo o trabalho da GE em se manter atualizada.

“Temos 125 anos e é difícil fazer as pessoas mudarem, mas é necessário fazer isso. Precisamos buscar mudanças”, disse. Ele informou que a GE tem estruturado as chamadas “fábricas brilhantes”, que incorporam as inovações, usam robôs e diminuem o capital trabalho.

COMPLICADO X COMPLEXO - No debate sobre a indústria do futuro, Thomas Canova, vice-presidente global de P&D da Rhodia Sovay, abordou a transição de um mundo complicado para um mundo complexo. Essa complexidade desponta e se desenvolve a partir da fusão entre as diferentes áreas do conhecimento como a Física, a Biologia e a Química.

A fusão dessas áreas abre novos e inimagináveis campos de desenvolvimento de produtos e serviços. O desafio para a indústria brasileira, analisou ele, é o de ver qual será a velocidade de incorporação dessas tecnologias e da convergência entre esses conhecimentos. “É preciso fazer essa transição e a questão é se faremos isso de maneira menos rápida que os outros".

Na intensa discussão sobre o futuro da indústria no Brasil, o chefe do escritório de desenvolvimento empresarial da Universidade do Estado do Arizona, Sethuraman “Panch” Panchanathan, chamou a atenção para o fator educação. Ele fez um alerta sobre a necessidade de que os estudantes sejam preparados para um mundo altamente tecnológico e que um dos caminhos para isso é a parceria entre o mundo acadêmico e o setor industrial.


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