Brasil quer repetir resultado de 2015 e conquistar o título na WorldSkills de Abu Dhabi

Maior competição de educação profissional do mundo será realizada em outubro, nos Emirados Árabes Unidos. Profissionais técnicos de pelo menos 60 países devem participar da disputa

Primeiro colocado na maior competição de educação profissionaldo mundo, em 2015, na qual conquistou 27 medalhas, o Brasil quer repetir o sucesso obtido na última edição da WorldSkills, ocorrida em São Paulo, e assim se manter como titular do melhor ensino profissional do mundo. A 44ª edição da WorldSkills será realizada de 14 a 18 de outubro em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Há provas em áreas que vão desde a automação industrial, passando pela eletrônica e eletricidade, até cozinha e confeitaria.

A competição bienal reúne os melhores alunos de mais de 60 países das Américas, Europa, Ásia, África e Pacífico Sul, que disputam medalhas em categorias que correspondem às profissões técnicas da indústria e do setor de serviços. Eles precisam demonstrar habilidades individuais e coletivas para responder aos desafios de suas dentro de padrões internacionais de qualidade. Este ano, haverá participantes de 77 países e regiões, divididos em 51 modalidades. Apenas um representante de cada país, seja uma pessoa ou uma equipe, pode disputar cada categoria. Todos os competidores deverão ter até 23 anos de idade completados no ano da competição, exceto em quatro modalidades: cabeamento de rede de informação, mecatrônica, desafio de equipe de fabricação e manutenção de aeronaves, que permitem participação de jovens de até 25 anos.

Para a edição deste ano, o Brasil selecionou 48 jovens para treinamento, vencedores de seletivas realizadas no ano passado, em 32 cidades das 27 unidades da Federação. Em agosto, esses jovens deverão alcançar os índices técnicos exigidos pela organização do evento para dele participar. Ao todo, 407 alunos inscritos em cursos de educação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) estiveram nas seletivas. Nas provas, os jovens executaram tarefas cotidianas de suas áreas de trabalho, de acordo com prazos e padrões internacionais de qualidade.

Para participar da WorldSkills, os selecionados precisarão alcançar os índices técnicos exigidos pela organização do evento, que variam de uma modalidade para outra. Desde outubro do ano passado, eles integram um rigoroso treinamento preparatório. A primeira etapa, realizada em Brasília (DF), incluiu palestras motivacionais e um diagnóstico completo, com exames clínicos e psicológicos para traçar um quadro da saúde física e comportamental dos estudantes. Em novembro e dezembro, os selecionados trabalharam para definir um plano de desenvolvimento de suas competências. Neste ano, a preparação vai de janeiro a setembro. Até lá, os estudantes participarão de ciclos de treinamento de 21 dias, com descanso de uma semana, nos centros de referência montados pelo SENAI em Brasília, Porto Alegre e Joinville. Durante o processo, os jovens realizarão duas provas de avaliação. Às vésperas da WorldSkills, os selecionados passarão por uma preparação para enfrentar as condições climáticas de Abu Dhabi que, em outubro, tem temperatura média de 37°C.

“Nossos competidores têm de estar focados, comprometidos e com nível de excelência na parte técnica para participar da delegação brasileira. Sem sacrifício, ninguém é campeão”, destaca o delegado técnico do Brasil na WorldSkills, José Luis Gonçalves Leitão.

Além de preparar a delegação brasileira, o SENAI também será responsável por capacitar treinadores e competidores russos para a WorldSkills 2017. Até julho deste ano, serão realizadas quatro semanas de treinamento no Brasil e três na Rússia, voltadas a sete áreas: mecatrônica, eletrônica, webdesign, design gráfico, joalheria, manufatura integrada e tecnologia da moda. Os russos estão sendo treinados em russo e inglês por meio de um intérprete.

O treinamento oferecido aos russos é semelhante ao feito com os estudantes brasileiros, mas adequado às peculiaridades de cada competidor. A preparação inclui, também, a organização de uma rotina de treinos, aspectos psicológicos e comportamentais, exercícios físicos e atividades para estreitar o relacionamento entre competidores e instrutores. “Por uma questão cultural, o instrutor russo é distante do competidor; eles interagem pouco. Fizemos questão de aproximá-los porque uma equipe unida faz muita diferença para o resultado”, explicou Danilo Shimoda, responsável pela preparação comportamental na unidade de Bauru (SP) e pela realização de eventos sociais com o grupo.

“É muito interessante ver como os campeões do mundo são treinados. É uma oportunidade rara. Faz acreditar que é possível alcançar meus objetivos e um dia chegar ao nível do [Giovanni] Kenji (medalha de ouro em webdesign na WorldSkills 2015 e um dos instrutores do treinamento)”, destaca o estudante russo Vitaly Kovor, de São Petersburgo.

Para o gerente-executivo de Relações Internacionais do SENAI, Frederico Lamego, a contratação para treinar a delegação russa é um reconhecimento da qualidade da formação profissional oferecida pela instituição. “A WorldSkills Rússia pesquisou no mundo modelos de referência de educação profissional e veio até o SENAI para organizar todo um programa de capacitação de professores e de competidores”, destaca.

Em 2015, a competição em São Paulo reuniu 1.190 competidores de 59 países.

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