Empresários conhecem soluções para fortalecer a indústria da madeira

A Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso (FIEMT) sediou, em Cuiabá, a 24ª Reunião do Conselho de Meio Ambiente da CNI com representantes de 11 estados da região Centro-Norte do Brasil

Alternativas e tendências tecnológicas para fortalecer o segmento da madeira estiveram na pauta da 24ª reunião do Conselho de Meio Ambiente (Coema) – Regional Centro-Norte, que ocorreu na sede da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (FIEMT), em Cuiabá, no último dia 19 de maio. O conselho da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é composto por representantes de 11 federações de indústrias de estados das regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil.

“Há muita preocupação com as questões regulatórias, de fiscalização e de monitoramento da exploração de madeira tropical por meio de manejo florestal, mas não existe uma preocupação para o mercado da madeira. Percebe-se que a madeira está sendo substituída por outros materiais e o faturamento das empresas está caindo. Para tentar reverter isso, trouxemos três novas tecnologias que são tendências no Brasil e já são utilizadas há muito tempo no exterior”, explicou Mário Cardoso, especialista em Meio Ambiente da CNI.

A wood frame, que são processos construtivos à base de madeira, e a madeira laminada colada - que permite produzir  vigas com mais de 30 metros de comprimento sem nenhum tipo de coluna, podendo inclusive fazer curva – foram soluções propostas para fortalecer a indústria da madeira. “São possibilidades que não sabíamos que poderia ser feita com madeira, com a vantagem de ser mais leve que o aço, por exemplo. Assim se economiza com frete”, afirmou Cardoso.

A terceira solução apresentada foi gerar energia por meio da biomassa vegetal. “Abrimos as possibilidades, pois não dá para pensar em um setor só vendendo madeira em tora e madeira cerrada. Isso é um estágio muito primitivo de agregação de valor. Temos que dar o próximo passo para trazer mais emprego, mais arrecadação e até para que a questão regulatória vire um problema menor”, defendeu.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL - Durante a reunião, os representantes das indústrias do Acre, Amazonas, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins apresentaram como é realizado o licenciamento ambiental nos respectivos estados. “Houve muita troca de experiências entre os conselheiros. Foram apresentados os procedimentos exigidos, os custos e o processo que cada estado utiliza. Com isso queremos otimizar sem perder a qualidade e agilizar a liberação dessa licença, que só vai incentivar a indústria”, disse o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEMT (Contema), Cleverson Cabral.

O presidente do Sistema FIEMT, Jandir Milan, destacou a ação que a federação realizou, em parceria com o Movimento Mato Grosso Competitivo para melhorar o processo de licenciamento ambiental no estado. “Contratamos uma consultoria para melhorar os processos dentro da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. O que não pode é demorar dois anos para se fazer um projeto de manejo. Para o madeireiro, o que importa é a mata em pé. Precisamos de agilidade, mas isso não acontece na maioria dos estados. E não podemos deixar isso interferir mais na indústria da madeira, que já foi um dos segmentos mais importantes para a economia estadual”.

Para o gerente-executivo de meio ambiente e sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, os painéis da reunião contribuem para impulsionar a economia brasileira. “O setor industrial tem uma responsabilidade enorme de alavancar esse processo econômico, não podemos continuar com um país com milhões de desempregados. Temos que acreditar no país porque somos capazes de entrar nesse mercado internacional para competir. É preciso ter coragem, e isso o empresário tem. Ele pode ser uma grande liderança nesse processo de retomada”, disse.

A reunião contou com a presença da promotora do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Ana Luiza Peterlini, do secretário-executivo de Meio Ambiente do Mato Grosso, André Luís Torres Baby, do secretário Municipal de Meio Ambiente e desenvolvimento urbano de Cuiabá, Juares Samaniego, e da superintendente do Ibama em Mato Grosso, Livia Martins.

Relacionadas

Leia mais

8 ações da CNI para aumentar a competitividade da indústria brasileira
País precisa enfrentar a atual crise política com serenidade e espírito público, afirma CNI
Câmara de Comércio Internacional lança Comissão de Energia e Meio Ambiente

Comentários