Indústria de Petróleo e Gás demanda novos tipos de profissionais

A formação dos técnicos na área deve ter um foco mais especializado devido à mudança no momento das empresas e às necessidades do mercado

Prospecção e refino são partes da cadeia de produção do setor petroleiro. Hoje, saber profundamente sobre alguma dessas etapas vale mais que ser um generalista na área. Segundo o gerente de Novos Negócios da Micromazza PMP, Walter Camara, a crise econômica tem influenciado as empresas a buscarem profissionais com perfis diferentes de algum tempo atrás. “As empresas estão sendo mais preciosistas em contratar. Por isso precisamos ir de um perfil generalista para um mais especialista”, afirma.

Esta e outras mudanças de características dos profissionais da área foram discutidas em reunião promovida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) nesta semana (25 e 26 de abril), em Brasília. O objetivo do encontro, que contou com a participação de empresários e especialistas do setor, foi definir o profissional que a indústria precisa e, a partir disso, adaptar os cursos oferecidos pela instituição. Cinco cursos foram analisados para responderem melhor às necessidades da indústria: dois técnicos e três de qualificação.

Foi no curso técnico em Petróleo e Gás que o SENAI identificou a maior mudança de perfil demandado pelo mercado. A formação mais generalista, discutida na última reunião do Comitê Técnico Nacional da área, em 2011, dá lugar a uma preparação com foco na especialização. O instrutor de Formação Profissional do SENAI de São Paulo Carlos Alberto Finavaro vê com bons olhos a mudança. “Nós do SENAI temos que atender a indústria, se esta é uma demanda deles, temos que atendê-la”, conta ele.

DE OLHO NO FUTURO - Com ênfase na inovação e nas tendências do mercado em um horizonte de cinco a dez anos, os comitês discutem as necessidades das indústrias de cada setor. As discussões nos grupos técnicos são refletidas diretamente no conteúdo ministrado nos cursos técnicos e de qualificação profissional do SENAI. A instituição atualizou, por exemplo, seu curso de Técnico em Segurança do Trabalho após especialistas, reunidos no comitê, apontarem a necessidade de que o profissional da área também trabalhe com consultorias.

As atualizações de conteúdo nos cursos do SENAI ocorrem, em média, a cada cinco anos. Mas, se houver mudanças tecnológicas relevantes antes desse período, os comitês podem ser convocados antes do prazo para discutir alterações nos currículos. Dessa forma, os alunos formados na instituição estão sempre atualizados e preparados a trabalhar com a tecnologia disponível no mercado no momento da formatura e em um horizonte de, no mínimo, cinco anos.

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