O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, participou na tarde desta segunda-feira (27/03) da primeira reunião de 2017 do Conselho Temático de Agroindústria (COAGRO) da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Maggi colheu demandas dos conselheiros e esclareceu medidas tomadas pela pasta.
O vice-presidente do COAGRO, Pedro Robério, pediu informações sobre o Renova Bio, que pretende dobrar a produção brasileira de etanol; sobre as metas firmadas pelo Brasil na COP 21 e também questionou como anda a negociação para que o açúcar esteja na pauta do Mercosul com a União Europeia.
Maggi explicou que o Brasil discute com a Argentina maneiras de incluir o açúcar sem afetar o mercado argentino. "Estamos buscando um acordo de privados, nos comprometendo a não entrar no mercado argentino. Isso foi reforçado durante a visita do presidente Maurício Macri ao Brasil e estamos aguardando uma posição deles", afirmou. Quanto à COP 21, o ministro afirmou que o país tem boa evolução no cumprimento dos compromissos, sobretudo quanto ao desmatamento. Por fim, sobre o Renova Bio, Maggi afirmou que designará uma equipe do Mapa para conhecer mais detalhes do plano.
CERTIFICAÇÃO - O conselheiro Marcos Oderich, representante da Federação de Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), levantou a questão da exigência de Certificado de Livre Venda e Apto para Consumo Humano para Exportação de Produtos de Origem Vegetal, imposta por importadores. "Não sabemos quem emite, quem assina o documento. E isso nos atrapalha muito na hora de exportar, especialmente para o Mercosul", afirmou Oderich. A Agência Nacional de Vigitância Sanitária (Anvisa) não exige esse tipo de certificação para o mercado doméstico. Maggi se comprometeu a buscar solução para o entrave.
CENSO - O representante da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), Carlos Eduardo Moreira Ferreira, lembrou ao ministro a importância de o país realizar novo censo agropecuário, uma vez que o último data de 2006. Maggi afirmou que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve iniciar novo censo em breve. "Os recursos já estão previstos e o IBGE já está em fase de contratação para começar a pesquisa", garantiu o ministro.
CARNE - Quanto à crise vivida pelo setor frigorífico, o ministro afirmou que tem trabalhado intensamente para contornar os potenciais danos à exportação da carne brasileira. "Conseguimos reverter algumas decisões, como a suspensão de compra da China. Agora, vamos trabalhar para convencer Hong Kong a reabrir o mercado, que é um grande atravessador para o produto brasileiro", disse. Ele saiu em defesa da indústria e pediu a participação das empresas e associações. "A qualidade da carne nunca foi questionada. Essa é uma questão vencida. Temos de correr atrás para mostrar o valor do nosso produto", concluiu.
