Faturamento da indústria cresce 0,7% e emprego cai 0,5%

Indicadores Industriais da CNI mostram que ainda não há sinais claros de recuperação da atividade industrial. Horas trabalhadas na produção e massa real de salários também recuaram em janeiro

O faturamento da indústria cresceu 0,7% e o rendimento médio do trabalhador aumentou 0,6% em janeiro de 2017 na comparação com dezembro do ano passado, na série livre de influências sazonais. No mesmo período e na mesma base de comparação,  o nível de utilização da capacidades instalada teve alta de 0,5% e alcançou 77,2%, informa a pesquisa Indicadores Industriais, divulgada nesta terça-feira (7) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Os demais indicadores foram negativos. As horas trabalhadas na produção caíram 0,9%, o emprego recuou 0,5% e a massa real de salários teve queda de 1,5% em janeiro frente a dezembro, na série livre de influências sazonais. "O início de 2017 para a indústria de transformação foi marcado pela manutenção das dificuldades observadas em 2016", observa a pesquisa.

Segundo o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco,  esse quadro mostra que a recessão não foi superada. "Para caracterizar um processo de retomada da atividade precisaríamos de um maior número de indicadores no campo positivo ou uma sequência  maior de indicadores positivos.  No entanto, o que se observa nos últimos meses são oscilações positivas e negativas do mesmo indicador", explica Castelo Branco.

Na comparação com janeiro de 2016 todos os indicadores continuam negativos. O faturamento real teve queda da 6,9%, as horas trabalhadas na produção caíram 2,1%, o emprego recuou 4,7%, a massa real de salários diminuiu 5,4% e o rendimento médio real do trabalhador encolheu 0,6%.

SINAIS POSITIVOS -  Castelo Branco acrescenta, no entanto, que a atividade industrial pode melhorar nos próximos meses. Entre os sinais animadores estão a queda expressiva da inflação e a redução dos juros básicos da economia. "Isso vai melhorar as condições financeiras das empresas e das famílias, favorecendo o consumo", afirma o economista. Ouça:

Ele destaca que a queda de 3,6% registrada pelo Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2016 já era esperada. "A recessão se aprofundou no fim do ano.  Na verdade, o indicador do PIB do ultimo trimestre de 2016  é semelhante ao do último trimstre de 2010. Ou seja toda a década está anulada", diz Castelo Branco. 

SAIBA MAIS - Acesse a página dos Indicadores Industriais para conhecer todos os detalhes do estudo.

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