Participação em torneios de educação profissional faz a diferença na vida de ex-competidores

Rotina de treinos para a Olimpíada do Conhecimento contribui para que jovens lidem melhor com desafios do dia a dia no mundo trabalho

A forte rotina de treinos para a Olimpíada do Conhecimento, a maior competição de educação profissional das Américas, contribui para que jovens adquiram amadurecimento profissional, desenvolvam equilíbrio emocional e lidem melhor com mudanças e desafios do dia a dia no mundo trabalho. Como resultado, os ex-alunos do ensino técnico profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) têm se destacado na carreira e se tornado empreendedores bem-sucedidos.

De 10 a 13 de novembro, Brasília recebe a Olimpíada do Conhecimento 2016, nona edição do torneio nacional. Conheça abaixo a história de ex-competidores que se destacaram em suas carreiras e contam como a participação nas competições os ajudou a se desenvolverem como profissionais e a vencerem na vida.

É o caso do empresário brasiliense André Luiz Ramos de Freitas, de 37 anos, que foi ouro na ocupação de eletricidade tanto na OC 1998, em Natal, quanto na edição de 1999 da WorldSkills, competição internacional de educação profissional, no Canadá. Formado em curso técnico do SENAI em 1995, ele já estava no mercado de trabalho há dois anos quando recebeu o convite de um ex-instrutor do SENAI para participar da competição.

Durante oito meses, Freitas trabalhava pela manhã e, à tarde, ia para o SENAI treinar. A recompensa de tamanha dedicação chegou. Foi ouro no torneio nacional realizado em 1998. Com a conquista, o jovem, na época com 19 anos, decidiu seguir para um desafio maior: se dedicar integralmente para a competição internacional. Para isso, largou o emprego e partiu para uma rotina ainda mais pesada de treinos. E o resultado foi certo: primeiro lugar na ocupação de eletricidade na WorldSkills de 1999. Foi o primeiro ouro brasileiro na modalidade.

Abertura da OC2012 foi realizada no Ginásio José Corrêa, em Barueri (SP)

De acordo com Freitas, a base técnica do SENAI e a rotina pesada de treinos paras os torneios vêm ajudando o empreendedor a se diferenciar no mercado. Desde 2005, é sócio na Engeforce, empresa de dez funcionários que vende, faz manutenção e fabrica componentes para geradores elétricos. “Prezo muito pela qualidade dos produtos que entrego aos clientes. Além de funcionar, os quadros de geradores elétricos precisam estar bem montados e ficar esteticamente bonitos”, destaca. “Inclusive, por eu conhecer a qualidade do SENAI, a maioria dos empregados que selecionei para a empresa passaram pelas salas de aula da instuição”, diz.

JOVEM GESTOR – Para o mineiro Sávio Moura, vencedor na ocupação de eletrônica industrial na OC2012, a intensa rotina de treinos fez com que adquirisse mais equilíbrio emocional, além de capacidade de planejamento e concentração para resolver qualquer desafio que aparece à sua frente. É a essa qualidade que atribui o fato de, com apenas 24 anos, já coordenar uma equipe de cinco pessoas na área de robótica, na empresa de automação industrial onde trabalha há seis meses.

“É preciso muita maturidade e equilíbrio emocional, pois nem todos veem com bons olhos ter um chefe tão jovem. A isso, alia-se a capacidade de planejamento e concentração que desenvolvi nos treinos e me habilitam a exercer a coordenação de times”, destaca.

Willian Grassioti foi o vencedor na ocupação Mecânica de Refrigeração na Worldskill2011

FIM DO NERVOSISMO – O controle da impulsividade e das emoções foi uma das grandes mudanças na personalidade do brasiliense Willian Grassioti, hoje instrutor da unidade do SENAI em Taguatinga, no Distrito Federal. Após participar de uma pesada rotina de treinos para torneios de educação profissional, o jovem, que foi ouro na ocupação de refrigeração na OC2010, no Rio de Janeiro, e na WorldSkills 2011, em Londres, diz que era muito nervoso e imediatista.

“Agora tenho maturidade para esperar. A competição me ajudou a controlar o lado emocional, pois a parte mais difícil é quando sabemos que está valendo. Percebi que, nessas horas, o que menos conta é a competência técnica, mas a inteligência emocional”, destaca. Além disso, Grassioti passou a ser mais disciplinado para se adequar à pesada rotina de treinamentos. “Na época dos treinos, saía da escola pela manhã, almoçava e ia para o SENAI treinar, até a noite”, conta.


SAIBA MAIS
Olimpíada do Conhecimento 2016
Quando: de 10 a 13 de novembro
Onde: Ginásio Nilson Nelson (estacionamento e parte interna) – Brasília / DF
Horário de visitação: 9h às 17h (todos os dias)
Acesse o site oficial
ENTRADA GRATUITA

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