Acordo de Paris pode gerar oportunidades para indústria brasileira

As emissões atuais de gases do efeito estufa pela indústria nacional são, em média, menores que de as internacionais, trazendo ao país vantagens competitivas

“Os países desenvolvidos devem assumir a liderança nessa provisão de recursos para financiamento de projetos e inovações" - Mônica Messenberg

A ratificação pelo Brasil do Acordo de Paris, que prevê a redução da emissão dos gases do efeito estufa por parte dos países signatários, é fundamental para a competitividade do país e poderá gerar novas oportunidades para a indústria. A avaliação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A ratificação foi assinada nesta segunda-feira (12) pelo presidente Michel Temer.​ 

​A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, destaca que as atuais emissões de gases de efeito estufa pela indústria brasileira são muitas vezes menores do que as de seus principais competidores internacionais, sobretudo pela matriz elétrica do país ser baseada em fontes renováveis e por tecnologias utilizadas na cadeia produtiva nacional, como por exemplo o uso de resíduos como combustíveis alternativos na produção de cimento. “Essas e outras iniciativas devem ser ampliadas para aumentar os ganhos econômicos com a mitigação de gases de efeito estufa”, diz Mônica.​ 

​Entre os esforços a serem priorizados, na visão da CNI, estão a redução do desmatamento e a recuperação de áreas degradadas, o estímulo a ações de melhorias operacionais e eficiência energética e a criação de programas de incentivo ao uso e ao desenvolvimento de energias renováveis. 

De acordo com Mônica Messenberg, para o avanço dessa agenda são necessários investimentos vultosos. O acesso aos recursos financeiros, afirma ela, deve ser transparente e simplificado. Isso facilita que pequenas e médias indústrias obtenham os recursos necessários para reduzir as emissões e realizar as ações em adaptação às mudanças climáticas. “Os países desenvolvidos devem assumir a liderança nessa provisão de recursos para financiamento de projetos e inovações, pois a contribuição histórica nas emissões de gases de efeitos estufa desses países é e sempre foi significativamente maior”, destaca.

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