A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) realiza, nos dias 14 e 15 de setembro, em Curitiba, a sétima edição do Congresso Moveleiro. O programa, que já se estabeleceu no calendário nacional como um dos mais significativos para o setor, se consolidou como um ambiente para apresentação e discussão das tendências do mercado, tomando como base demandas dos clientes compradores de produtos do setor moveleiro nacional e internacional.
Com o tema "Repense a forma e reinvente o mercado", a edição deste ano pretende ampliar a discussão sobre o atual cenário enfrentado pelo setor no país — a indústria moveleira foi uma das mais impactadas com a crise brasileira. As dificuldades enfrentadas hoje estão ligadas diretamente à redução do poder de compra da população e à expectativa de investimentos por parte dos consumidores. A possibilidade do estabelecimento e fortalecimento de conexões entre empresas e fornecedores de insumos, bens e serviços, além de outros atores ligados à movelaria nacional e internacional, é um dos principais trunfos da programação.
A ideia para este ano é fomentar a cadeia produtiva nacional por meio de ações de capacitação (workshop, palestras e exposições) e negócios (encontros de negócios). “Em paralelo, o objetivo é também pautar o comportamento e a tendência de consumo, em consequência do enfrentado atualmente pelo setor, diante da crise econômica nacional”, pontua Nilson Violato, coordenador técnico do evento.
Neste ano, o evento conta com o espaço inovador na indústria do mobiliário, mediado pelo Seviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Paraná com as empresas Embraer, Omega e Caemmun. Na Sala Abimóvel, serão realizados bate-papos sobre diferentes temas, como contexto global do setor, indústria 4.0 e associativismo. Paineis abordarão as soluções, tendências para o mercado criativo e novos materiais e processos técnicos na construção do mobiliário. A mediação será do Centro Brasileiro de Design. Os técnicos do Sebrae também farão uma exposição sobre cenários e desafios para a indústria do mobiliário.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho de 2014, o Paraná ocupa a segunda colocação em geração de empregos e o terceiro posto em números de estabelecimentos se comparado ao segmento nacional.
CENÁRIO ATUAL - Cálculos da consultoria IEMI, especializada no setor, não são animadores. Segundo a empresa, a produção deste ano deve registrar queda de 1,7% na comparação com 2015. A perspectiva para 2016 é que a produção chegue a de 419,76 mil peças.
Ainda de acordo com a IEMI, o volume produzido já havia encolhido no ano passado: o apontamento da consultoria registrou retração de 9,5% entre 2014 e 2015. A expectativa, então, é que o setor, em retração desde 2013, se encolha ainda mais este ano. Já relativo ao varejo de móveis, a projeção é uma queda no volume de vendas de 3,4% na comparação entre o ano atual e o passado. Se comparado 2015 contra 2014, a queda foi de 10,5%.
Um alento para o setor são as exportações. Ainda que a relevância das vendas para os mercados externos seja pequena se levados em conta a produção e a comercialização no Brasil, a estimativa da consultoria é por um incremento de 7,5% nas vendas para o exterior este ano ante 2015. A comercialização do setor para mercados externos, porém, já registra queda de 7,1% na variação do ano passado com 2014. Isso quer dizer que o aumento projetado para este ano não deve compensar o que foi perdido nos períodos anteriores.
