Empresários de Mato Grosso do Sul debatem desenvolvimento com uso racional da água

Evento que reuniu empresários foi organizado pelo Conselho Temático Permanente de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul (FIEMS) e ocorreu nesta terça-feira (12), em Campo Grande (MS)

“Os desequilíbrios têm que ser gerenciados" - Shelley Carneiro

Os empresários industriais de Mato Grosso do Sul debateram nesta terça-feira (12), em Campo Grande (MS), o gerenciamento de recursos hídricos e cobrança pelo uso da água no estado. Organizado pelo Conselho Temático Permanente de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul (FIEMS), o evento contou com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico.

Para o presidente da FIEMS, Sérgio Longen, o grande desafio em relação aos recursos hídricos é criar regras claras para o uso da água, além de discutir e apresentar propostas que contemplem ações de desenvolvimento com o uso racional. “As ferramentas de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul passam pela água, então precisamos ampliar o debate desse assunto e discutir de forma pontual cada parte do país, porque cada estado tem suas peculiaridades e precisa de um estudo com base técnica. Precisamos visualizar o hoje e também considerar como seria a utilização da água no futuro”, afirmou.

Já o gerente-executivo de meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, reforçou a importância da união entre sociedade e entes públicos e privados em torno do uso eficiente e racional da água. “Os desequilíbrios têm que ser gerenciados. Os custos ecológicos da utilização de toda água em qualquer sistema se torna mais evidentes e a demanda de água triplicou entre 1950 e 1990 e prevê-se que dobre em mais 35 anos”, disse.

Shelley Carneiro avalia ainda que, se não é possível conseguir mais água, então é preciso usá-la menos. “Isso pode ser conseguido de três formas: pela conservação, pelos mecanismos de fixação de preço ou tornando o consumo mais eficiente por meio da combinação de uma nova ética relativa à água e de uso adequado de tecnologias criativas”, comentou.

Na avaliação do secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, a política estadual segue os mesmos princípios e diretrizes da política nacional de recursos hídricos. “As políticas nacional e estadual de recursos hídricos têm a finalidade de incentivar o uso racional e sustentável dos recursos. O desafio é atualizar e otimizar os estudos de disponibilidade e demandas pelo uso de recursos hídricos, aumentando as estações automáticas de medição de vazão, além de campanhas de mobilização para atualização do cadastro, incentivar e cobrar dos usuários o uso racional dos recursos hídricos com a emissão de outorga e implementar a cobrança pelo uso de água”, pontuou.

PALESTRA - O coordenador da Rede de Recursos Hídricos da CNI, Percy Soares Neto, apresentou o Panorama da Cobrança pelo uso da Água no País , que teve como destaque os casos dos estados de Goiás, onde foi aprovada a cobrança pelo uso da água pelo Comitê da Bacia do Rio Paranaíba, e de Minas Gerais. “É fundamental realizar estudos técnicos para um processo de cobrança pelo uso dos recursos hídricos. Essa cobrança gera aproximadamente R$ 240 milhões por ano no país, ou seja, é muito dinheiro para investir nos recursos hídricos”, falou, acrescentando que a cobrança pelo uso dos recursos contribuiu com o uso racional da água no setor industrial. “No Comitê de Integração do rio Paraíba do Sul, por exemplo, a redução de demanda de água foi de 18%”, informou.

O presidente do Coema da FIEMS, Isaías Bernardini, disse que o conselho tem participado dos comitês de bacia e vê que existe uma necessidade maior de capacitação dos participantes para acompanhar as decisões. “Muitas vezes, por não estarem suficientemente qualificados, não se analisa o plano de bacia e não se discute as prioridades, a estrutura operacional do comitê é muito eficiente desde que haja uma participação efetiva”, pontuou.

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