O incentivo à exploração e à produção do gás natural vai trazer crescimento econômico, gerar emprego e renda na Bahia. A declaração foi feita pelo secretário estadual de Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, durante a abertura do seminário Impactos Econômicos do Desenvolvimento da Exploração de Gás Natural na Bahia , realizado nesta sexta-feira (23), na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), em Salvador.
Cavalcanti destacou que o governo do estado tem realizado estudos para ampliar a malha de gasodutos e incentivar a produção do gás natural no Recôncavo Baiano. “Estamos trabalhando para termos mais oferta e mais consumo”, afirmou o secretário, no evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a FIEB.
De acordo com o estudo apresentado pela CNI, a Bahia tem duas bacias com grande potencial de produção de gás natural: a do Recôncavo e a de Tucano. Existem 21 campos em atividade no Recôncavo e seis na área de Tucano. Se essas duas bacias receberem investimentos de US$ 9,1 bilhões nos próximos 35 anos, a produção de gás natural no estado aumentará dos atuais 2 milhões para 15,6 milhões de metros cúbicos em 2050. Caso esses investimentos se confirmem, a estimativa é que em 2022 sejam criados 1.500 empregos diretos e indiretos por ano na exploração e produção de gás natural. A partir de 2044, com o crescimento da produção, serão abertos até 2 mil empregos diretos e indiretos por ano no setor.
Para o coordenador do Conselho de Petróleo e Gás da FIEB, Humberto Rangel, a crise econômica que o país atravessa e a revisão dos investimentos da Petrobras abrem caminho para o Brasil reavaliar o modelo de exploração e distribuição do gás natural. “É a oportunidade de outros atores investirem nesse mercado. Precisamos construir um mercado mais dinâmico”, afirmou Rangel. Segundo ele, o desenvolvimento do setor na Bahia depende de preços competitivos, garantia de abastecimento, um plano estratégico de ampliação dos gasodutos e do equacionamento de questões de licenciamento ambiental.
A diretora de Relações Institucionais da CNI, Monica Messemberg, afirmou que a oferta abundante de gás natural a preços competitivos é indispensável para a expansão da indústria e da economia brasileira. Mas o incremento da produção do gás depende da implementação de uma agenda para o setor. “É necessário uma política transparente e um trabalho articulado”, disse Monica Messenberg. Entre as medidas propostas pela CNI para o incentivo à produção e à exploração do gás natural em terra estão: o aperfeiçoamento dos processos de licenciamento ambiental, a criação de incentivos para o setor, a redução da burocracia dos processos de licenciamento técnico e a criação de condições mais favoráveis para empresas de médio e pequeno porte.
Também participaram da abertura do seminário o vice-presidente da FIEB, Angelo Calmon de Sá Júnior e o deputado federal Deivison Maganhães (PCdoB/BA).
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