Victor é de Cachoeirinha (RS)
No fim de 2011, Victor Bernardo já havia terminado o ensino médio. A nota que alcançou no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) era insuficiente para entrar na faculdade que queria. Como gostava de desenhar, pensou que um curso técnico na área de design no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Artes Gráficas de Porto Alegre poderia ser uma oportunidade interessante. “Consegui uma cota em uma empresa, mas o curso não podia ser de design. Decidi fazer o de impressão offset para ver se gostava”, conta. No começo de 2012, enquanto assistia às aulas nas salas e laboratórios, Victor observava o colega de escola que se dedicava ao treinamento para a WorldSkills, que seria realizada no ano seguinte, em Liepzig, na Alemanha.
“Me inspirei no Lucas Cardoso, que conquistou o ouro na última edição da WorldSkills na mesma ocupação. Vi o caminho da Olimpíada do Conhecimento como uma forma para ter mais oportunidades e conquistar um bom emprego”, afirma. O entusiasmo virou dedicação ao treinamento e, três meses depois, em novembro de 2013, Victor havia se tornado o melhor da impressão gráfica do Rio Grande do Sul. Depois disso, passou a se dedicar em tempo integral à preparação para a WorldSkills São Paulo.
Nas provas, ele terá de realizar trabalhos de impressão e acabamento em máquinas offset e digital, criar cores especiais, solucionar problemas que surgem durante o processo de impressão. “É preciso ser muito detalhista. A prova mede precisão e habilidade em critérios absolutamente objetivos. Precisa fazer e fazer certo”, diz.
VIAGEM PARA O EXTERIOR - O caminho que Victor, hoje com 21 anos, trilhou até o mundial foi marcado por mudanças e novidades. O primeiro passo foi sair da casa da mãe em Cachoeirinha (RS), onde morava também com as duas irmãs, e mudar-se para a casa da madrinha, mais próxima do SENAI. Em março deste ano, o novo destino foi Curitiba (PR), local da concentração do treinamento. Em maio, o jovem fez sua primeira viagem internacional para a Finlândia, já que uma das máquinas da competição virá de lá.
“Eu também treinei em cinco gráficas diferentes. Ficava na produção, trabalhando para eles, e quando terminava, eu utilizava a máquina para treinar”, revela ao destacar o conhecimento acumulado durante o processo. O fato de ter um medalhista na mesma escola também é um trunfo que ele leva desse período. “A vivência dele ajudou bastante. Já sabemos o que ele acertou e o que ele errou e podemos trabalhar a partir disso”, afirma.
Sobre o futuro, Victor ainda não tem muitos planos definidos. Logo depois da competição, quer voltar para o Rio Grande do Sul e tirar uns dias para descansar praticando o hobby que mais gosta: surfar. Para 2016, a vontade é entrar na faculdade de Engenharia de Produção e procurar um emprego. “O SENAI pode me contratar, mas se isso não acontecer, eu vou atualizar meu currículo e distribuir nas empresas de Porto Alegre”, revela.
A WORLDSKILLS - O Brasil será representado por 56 jovens profissionais técnicos na 43ª edição da WorldSkills Competition, em São Paulo, de 11 a 16 de agosto. Essa é a maior delegação já reunida pelo país para a competição. Na WorldSkills, os 1.200 competidores, todos com menos de 22 anos de idade, de 62 países, disputam medalhas em 50 profissões da indústria e do setor de serviços. Ao longo de quatro dias de provas, eles precisam alcançar índices de excelência ao executar tarefas semelhantes às que realizariam em situações reais do dia a dia das indústrias ou no setor de serviços. Todos são avaliados pelas habilidades técnicas e pessoais.
SAIBA MAIS - Saiba tudo sobre a WorldSkills São Paulo 2015. Acesse o site do mundial. Para conhecer os outros competidores brasileiros, acesse o site da Olimpíada do Conhecimento/WorldSkills, do SENAI.
