Projeto do SENAI e Empresa Mundial TECH transformará lixo em insumo para a indústria

Projeto permite transformar resíduos sólidos como garrafas, pneus, sacolas plásticas e madeiras em insumos que poderão ser utilizados na indústria de construção civil, cimenteira e na indústria de blindagem automotiva

A usina transforma o lixo em tijolos, telhas, blocos e em vigas betume de aplicação a frio

A produção de lixo no Brasil cresce em ritmo acelerado. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 58% de todo o lixo produzido pela população no país têm como destino os aterros sanitários. Os demais 42%, que correspondem a aproximadamente 76 mil toneladas de resíduos sólidos, vão para lixões, sem qualquer tipo de preocupação com o meio ambiente. 

Com o objetivo de propor uma solução para o problema, o Centro de Inovação e Tecnologia Industrial – CITI, do SENAI da Paraíba, em parceria com a empresa Mundial TECH, de Campina Grande, desenvolveram um projeto que permite transformar resíduos sólidos como garrafas, pneus, sacolas plásticas e madeiras em insumos que poderão ser utilizados na indústria de construção civil, cimenteira e na indústria de blindagem automotiva. 

Usina Beneficiadora de Resíduos Sólidos (UBRS-I) , fruto de 18 anos de pesquisas, funciona por meio da engenharia reversa de materiais, por meio de um processo químico que separa os elementos, transformando o lixo em tijolos, telhas, blocos, vigas betume de aplicação a frio, e toda aplicação de agregados em qualquer faixa granulométrica (distribuição das dimensões dos grãos de um solo) ou bitola desejada. O destaque é a brita sintética durável, insumo que pode ser utilizado na construção civil, e apresenta sete vezes maior resistência, 50% maior leveza e maior durabilidade do que a brita de granito. 

BENEFÍCIOS - “Para qualquer cidade do Brasil, o equipamento é extremamente vantajoso. Com a Usina, é possível destinar 76% dos resíduos acumulados nos lixões e transformar em insumo, a exemplo da brita”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), Francisco Gadelha. Empresas e municípios interessados no equipamento podem entrar em contato com o CITI/SENAI. 

O protótipo, intalado no CITI/SENAI, tem aproximadamente 15 metros de extensão, toda tubulação e reator, podendo atender uma população de até mil pessoas. Para cidades com 50 mil habitantes, os técnicos avaliarão a necessidade de aumentar a Usina. 

“Todos poderão ser beneficiados com a Usina pois, com ela, será possível deixar de extrair o insumo mineral do meio ambiente para utilizar o lixo para produzir as mais diversas matérias-primas. Um dos insumos, a brita sintética, pode ser utilizada no asfalto, no pavimento como base de terraplanagem, ou em placas e tem durabilidade de cerca de 2.800 anos, de acordo com as pesquisas realizadas por nossos técnicos. Os custos do equipamento serão negociados com os empresários interessados", revelou o pesquisador e representante da Empresa Mundial TECH Romero Leite. 

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