Indústria brasileira discute valor de carbono na conferência internacional do clima

Embora não seja o setor com a maior quantidade de emissões de gases de efeito estufa, a indústria pode contribuir para a construção dos caminhos para a economia de baixo carbono

A tendência de estabelecer valores para o carbono está entre os principais temas discutidos pelos 30 representantes da indústria brasileira que participam da 20ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP-20), que ocorre até 12 de dezembro, em Lima, no Peru. O debate sobre o assunto será realizado em 11 dezembro, em Lima, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e contará com a presença de Thomas Kerr, diretor-executivo de Políticas Climáticas da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês), do Banco Mundial. São parceiros do evento o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBEDS), o Instituto Ethos e o Carbon Disclosure Program (CDP).

Durante a conferência do clima, os representantes da indústria brasileira participarão de outros encontros e debaterão propostas para contribuir com a posição do Brasil nas negociações destinadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.  A CNI acompanhará as negociações e trocará informações para construção da posição da indústria brasileira para os debates sobre o Novo Acordo Climático, que deverá ser definido na COP-21, em Paris, no fim de 2015.

A complexa discussão de metas para a redução nas emissões de dióxido de carbono nos próximos anos envolverá potências mundiais, como os Estados Unidos e a China, além de países em desenvolvimento, o que incluiu o Brasil. Ficarão de fora somente os países menos desenvolvidos.

Conforme o gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, é cada vez mais relevante a participação do setor privado no processo de elaboração e implementação das decisões acordadas no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. “O governo brasileiro deve assumir compromissos factíveis, definidos de acordo com a atual estrutura e nível de desenvolvimento do país”, diz Carneiro.

Na avaliação da CNI, embora não seja o setor com a maior quantidade de emissões de gases de efeito estufa, a indústria pode contribuir para a construção dos caminhos para a economia de baixo carbono. “No entanto, é preciso implementar  políticas públicas que estimulem a adoção de soluções de baixo carbono na indústria, preservando sua competitividade, bem como a aplicação de incentivos que permitam utilizar combustíveis e fontes energéticas menos emissoras”, destaca a entidade.

MENSURAÇÃO – Entre os aspectos de grande complexidade nas negociações do novo acordo, está a mensuração da contribuição dos países na redução das emissões. Segundo a CNI, esse método deve contemplar a contribuição histórica dos países para as mudanças climáticas e incentivos a processos industriais com menor intensidade de carbono. Além disso, a CNI defende que eventuais compromissos de redução de emissões assumidos pelo Brasil não representam restrições a operações comércio internacional.

Download de Arquivos
Propostas da CNI para as mudanças climáticas (PDF 1,4 MB)

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