O investimento em infraestrutura precisa ser ampliado para que o Brasil volte a crescer e a indústria tenha competitividade nos mercados nacional e internacional. Hoje, é consenso que o setor público só conseguirá reverter o elevado déficit de infraestrutura a partir de parcerias com a iniciativa privada. A agenda de infraestrutura será tema de um dos paineis do Encontro Nacional da Indústria (ENAI), que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realiza em Brasília.
Uma das medidas prioritárias, na avaliação da CNI, é a eliminação de obstáculos como os constantes atrasos nas obras, decorrentes do excesso de burocracia, da demora no licenciamento ambiental e da baixa qualidade dos projetos orçados e licitados. Comparativamente com países em desenvolvimento, o Brasil aparece atrás no quesito investimento em infraestrutura. São R$ 100 bilhões, em média, por ano, o equivalente a apenas 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A China, por exemplo, destina 7,3% do PIB para investimentos em infraestrutura. Entre os integrantes dos BRICs, o Brasil é o que menos investe. Estudo da CNI aponta que, ao menos 5% do PIB, o correspondente a R$ 240 bilhões por ano, deveria ser direcionado para o setor.
Para dar vazão ao escoamento da produção nacional, é preciso ampliar os sistemas de transporte e integrar as malhas de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos. A CNI identificou os projetos prioritários de quatro regiões do país (Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste) no estudo Eixos logísticos, por meio do qual auxilia o poder público no planejamento da logística regional e nacional. Nos primeiros meses de 2015, a entidade lançará o estudo Sudeste Competitivo, com um retrato dos eixos região e seus projetos prioritários.
Para o gerente-executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, é imprescindível que o setor privado aumente sua participação tanto nos investimentos quanto na gestão dos serviços para levar “maior velocidade às licitações e expandir as concessões e as Parcerias Público-Privadas”. “Existe um razoável consenso de que o setor público sozinho não reúne as condições necessárias para reverter o elevado déficit de infraestrutura do Brasil. Precisamos eliminar obstáculos, como o atraso das obras, a burocracia e a demora no licenciamento ambiental”, destaca Cardoso. Mesma opinião da diretora de relações institucionais da CNI, Mônica Messenberg. Confira no vídeo:
O debate sobre os desafios do país na agenda de infraestrutura para os próximos quatro anos está marcado para esta quinta-feira (6), às 13h. O painel será moderado pela jornalista Mônica Waldvogel e terá a participação de três debatedores: José de Freitas Mascarenhas, presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da CNI; Rodolpho Tourinho Neto, presidente Executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib); e Eduardo Carlos Spalding, integrante do Conselho da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).
REFLEXÕES PARA O PAÍS - O Encontro Nacional da Indústria, que ocorre anualmente desde 2006, é a maior reunião de líderes empresariais e representantes de sindicatos e associações industriais de todo o país. No evento, empresários, representantes do governo, líderes políticos e acadêmicos refletem, debatem e propõem ações sobre os temas que têm impacto no desempenho da indústria e da economia brasileiras. O ENAI expõe a agenda do setor produtivo e fortalece o diálogo entre os empresários, o governo e os outros segmentos da sociedade.
PROPOSTAS DA INDÚSTRIA - Confira o site com todos os estudos organizados pela CNI com as sugestões do setor para o próximo governo. Nele é possível fazer o download dos estudos em PDF ou dos infográficos que resumem as 42 propostas.
MULTIMÍDIA - O Portal da Indústria transmite a 9ª edição do ENAI ao vivo . Você também pode acompanhar a cobertura completa do evento nos perfis da CNI no Facebook e no Twitter, além de acessar as principais fotos no Flickr.
