CNI e governo debatem desafios para a indústria de base florestal

Soluções foram discutidas na 90ª edição da reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade nesta quinta-feira (27) em Brasília

Os participantes avaliam que o Brasil pode fornecer madeira para o mundo com mais rapidez e eficiência

A gestão das florestas plantadas no Brasil foi o tema da 90ª reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (COEMA), realizada nesta quinta-feira (27), em Brasília. O encontro contou com a participação de integrantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), empresários e representantes do governo federal, que debateram os desafios do setor de florestas plantadas para os próximos anos e apontaram como prioridade a publicação do decreto presidencial que criará uma política para área.

O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, ressaltou a importância da elaboração de uma política de longo prazo para as florestas plantadas. Para ele, é fundamental que a indústria esteja engajada nas discussões e dê contribuições ao governo para que o setor se desenvolva no país.

“É preciso que o setor empresarial participe ativamente desse debate, levando suas contribuições e atuando mais junto ao governo nessa área. É um momento de mudança, existe uma expectativa e o desafio é grande", afirmou.

O tema está sob os cuidados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), mas o próprio governo já articulou a transferência dos assuntos relacionadas a florestas plantadas para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Hoje, o setor movimenta cifras milionárias e abastece indústrias de diversos ramos, como a de papel/celulose e a moveleira.

PRIORIDADES - A prioridade número um em relação à área de florestas plantadas é a publicação do decreto para regulamentar a criação da política brasileira para o setor e oficializar a transferência da competência do tema para o MAPA. A expectativa do gerente de Projetos da Subsecretaria de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Fernando Castanheira, é que o decreto – que está na Casa Civil – seja publicado ainda este ano.

Ele afirmou que a SAE quer contribuir para uma visão de longo prazo para florestas, principalmente no contexto de uso e ocupação do solo e mudanças do clima. “Claramente há uma tendência de domínio de florestas plantadas no fornecimento de matérias-primas”, enfatizou.

BRASIL NA LIDERANÇA - De acordo com a presidente executiva da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Elizabeth de Carvalhaes, o país tem plenas condições de se desenvolver nos próximos anos e fornecer madeira para o mundo com mais rapidez e eficiência. Ela ressaltou o potencial do setor ao observar que o Brasil lidera o ranking internacional de investimento em ciência e inovação na área arbórea.

“O Brasil tem o menor ciclo produtivo do mundo, com seis anos. A capacidade brasileira de fornecer madeira é rápida, no mínimo três vezes mais que qualquer país do mundo. Temos a melhor engenharia genética arbórea do planeta”, comentou. Ela estima que a demanda mundial por madeira triplicará até 2050 e por energia dobrará até 2030. “Vai faltar madeira no planeta em muito pouco tempo. Por isso, as florestas são fundamentais para a sustentabilidade global", disse.

O coordenador-geral para Pecuária e Culturas Permanentes da Secretaria de Política Agrícola do MAPA, João Antonio Salomão, ressaltou a importância da reestruturação do setor nesse período de transição. “Nesses últimos anos, houve uma série de movimentos no sentido de resgatar o setor de florestas plantadas para um órgão de produção. O Ministério da Agricultura não vai ter dificuldades. Vamos responder com um plano de desenvolvimento feito junto com a SAE e com a indústria”, afirmou.

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