Câmara dos Deputados discute criação do Dia Nacional da Educação Profissional

PL da deputada e professora Dorinha (DEM-TO) propõe o dia 23 de setembro para celebrar a data

Gustavo Leal, diretor de Operações do SENAI, destacou que o jovem passou a ver a educação profissional como uma opção para entrar no mercado de trabalho

O Brasil poderá ter uma data oficial para colocar em destaque o ensino técnico no país. Tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL) para tornar o 23 de setembro o Dia Nacional da Educação Profissional. Apresentado pela deputada professora Dorinha (DEM-TO) e ainda aguardando definição de relatoria, o PL foi tema de audiência pública realizada nesta terça-feira (11) na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

O diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Gustavo Leal – um dos palestrantes da audiência – destacou que o entendimento sobre a educação profissional vem mudando no país. “Hoje, os jovens já veem o ensino técnico como uma opção para, aos 18 ou 20 anos, entrar no mercado de trabalho pela porta da frente”, afirmou. Ele elogiou ações – como o da criação da data – que fortalecem essa percepção.

Leal lembrou também de iniciativas como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que ampliou a quantidade de matrículas da educação profissional nos últimos anos. O secretário substituto de Educação Tecnológica do Ministério da Educação, Marcelo Feres, destacou que o Pronatec permite ao Brasil, hoje, discutir a educação profissional em um novo patamar.

“Mais do que a ampliação de vagas, conseguimos criar um sistema que busca adequar a oferta de cursos com a demanda por formação, em diálogo permanente entre todos os atores dessa rede”, avalia, ao ressaltar que isso amplia também as chances de ocupação de quem sai dos cursos.

CURRÍCULOS – Representante do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), Antônio Henrique mencionou outra iniciativa já adotada também pelo SENAI. Trata-se de uma metodologia de organização dos currículos que permite aos estudantes planejar sua carreira em uma área de atuação, desde a formação inicial, passando pelo técnico até o curso superior de tecnologia (tecnólogo). O principal benefício é o aproveitamento das unidades curriculares (disciplinas) em novos cursos para acelerar a formação.

Ao longo do curso, à medida que o estudante finaliza disciplinas, ele adquire qualificações e certificações intermediárias que permitem inserção no mercado de trabalho antes do certificado ou diploma final.

DESAFIO – Apesar dos avanços, a deputada responsável pela proposta ressaltou que ainda é necessário amadurecer a oferta de educação profissional como um sistema. “Os institutos federais ainda atuam de forma muito isolada das escolas estaduais”, exemplificou. “A educação profissional não pode mais ser tratada apenas como um apêndice da educação básica. Nosso desafio é mudar isso”, disse.

Relacionadas

Leia mais

VÍDEO: Brasil é vice-campeão do mundo em educação profissional
Boas práticas da educação profissional brasileira são levadas a países emergentes
Educação profissional pode aumentar as chances de conseguir um emprego

Comentários