Matrículas do ensino técnico de nível médio crescem 55,3% em cinco anos

As aulas oferecem conhecimentos teóricos e práticos e garantem uma formação especializada para diferentes setores da economia

A maior chance de conquistar um emprego e um bom salário aumentou o interesse da população brasileira em relação ao ensino técnico de nível médio. Dados do Censo da Educação Básica, analisados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), mostram que, entre 2008 e 2013, o número de matrículas nesses cursos passou de 927.978 para 1.441.051 – um crescimento 55,3% (veja gráfico). Os cursos técnicos de nível médio são também conhecidos como cursos de longa duração da educação profissional e têm entre 800 e 1,4 mil horas de duração (até dois anos). Podem fazer os estudantes que estão, pelo menos, no segundo ano do ensino médio ou quem já concluiu essa etapa da educação básica. As aulas oferecem conhecimentos teóricos e práticos em diversos eixos tecnológicos e garantem, junto com o diploma, uma formação especializada para diferentes setores da economia. 

Na indústria, por exemplo, esses profissionais assumem cargos de supervisão, gestão e planejamento das atividades. Eles são responsáveis por viabilizar a adoção de novas tecnologias, processos e produtos dentro das empresas. Entre as profissões que mais oferecem oportunidades no setor estão os técnicos na fabricação e montagem de máquinas, os técnicos em construção civil, os técnicos em eletrotécnica, os técnicos em informática e os técnicos em segurança do trabalho. 

De acordo com dados do Censo da Educação Básica 2013, as dez opções mais procuradas concentram 58,6% das matrículas: enfermagem (153.832), administração (138.004), informática (130.739), segurança do trabalho (113.798), mecânica (64.557), agropecuária (55.936), eletrotécnica (55.302), edificações (53.289), contabilidade (40.411) e logística (38.569). 

ARTICULAÇÃO – Os cursos técnicos de nível médio podem ser oferecidos de forma integrada ao ensino médio (quando as aulas da educação básica e as técnicas são realizadas na mesma instituição, como os institutos federais) ou concomitante (quando a formação técnica ocorre em outra instituição, no contraturno da escola) ou ainda de forma subsequente, para quem já concluiu a educação básica. 

Outra informação importante trazida pela análise diz respeito ao ensino técnico articulado à educação básica. Os dados indicam que, nos últimos cinco anos, mais jovens estão optando pela educação profissional antes mesmo de saírem da escola. Em 2008, 511.679 alunos faziam ensino técnico integrado ou concomitante ao ensino médio. Em 2013, esse número foi de 648.366. Trata-se de um aumento de 26,7%. 

Com isso, o percentual de alunos matriculados no ensino médio que faziam cursos técnicos de forma integrada ou concomitante à educação básica passou de 6,1% em 2008 para 7,8% em 2013 (veja tabela). 

Na opinião do diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o aumento dos últimos cinco anos é importante e aponta que estamos no caminho certo da valorização da educação profissional, mas ainda é pouco se comparado a outras nações. Países da União Europeia, em 2010, segundo o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional, tinham em média 49,9% dos estudantes do ensino secundário também matriculados na educação profissional. Na Áustria, por exemplo, que registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico. Finlândia vem em seguida com 69,7% e Alemanha com 51,5%. 

EMPREGABILIDADE – O SENAI é uma das instituições que oferece o ensino técnico de forma concomitante e também subsequente, quando é realizado depois da conclusão da educação básica. Em 2013, realizou 270 mil matrículas. 

Um levantamento – feito pela própria instituição entre 2010 e 2012 – acompanhou metade das quase 40 mil pessoas que terminaram os cursos em 2010 com o objetivo de analisar os impactos da educação profissional na sua empregabilidade. Os dados mostraram que, um ano depois de obterem o diploma, os trabalhadores de nível técnico conseguiram aumentar sua renda em 24%. 

A pesquisa aponta ainda que 72% dos ex-alunos dos cursos técnicos conseguem trabalho no primeiro ano depois da formatura e têm renda média de 2,6 salários mínimos, o que, na época do estudo equivalia a R$ 1,6 mil. Além disso, 73% estão ocupados em atividades relacionadas à área de formação. A renda média desses profissionais é 19% maior do que a os ocupados em outras áreas. 

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