Alternativa ao mercado de trabalho, empreender requer disposição e perseverança

Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2013, aponta que mais de 80% dos entrevistados no Brasil consideram que abrir um negócio é uma opção desejável de carreira

O 1º Fórum IEL de Carreiras foi realizado entre os dia 16 e este sábado (18)

Empreender tem sido a alternativa para muitos brasileiros que não conseguem ou não estão satisfeitos em ser empregado. Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2013, aponta que mais de 80% dos entrevistados no Brasil consideram que abrir um negócio é uma opção desejável de carreira. O tema é um dos pontos abordados nas palestras do 1º Fórum IEL de Carreiras, que segue até o fim deste sábado (18) em Recife. Voltada a jovens no início da vida profissional, a série de palestras e oficinas discute alternativas de carreiras. 

De acordo com o levantamento da FGV, empreender é uma característica da juventude brasileira. A faixa etária dos 25 aos 34 anos representa 33,1% dos empreendedores iniciais do país. Estabelecer-se, porém, ainda é um desafio. Alexandre Gomes, de 37 anos, um dos palestrantes do fórum, afirma que os desafios não são poucos. “Se você opta por essa carreira, precisa estar ciente que vai precisar ainda de mais perseverança do que como um empregado”, revela. Depois de experiências como servidor público e funcionário de empresas particular, há 12 anos, Gomes decidiu criar uma empresa de tecnologia da informação em Brasília. 

“Se você opta por essa carreira, precisa estar ciente que vai precisar de mais perseverança do que como um empregado” - Alexandre Gomes

Ele costuma dizer que, quando você quer empreender, tudo resolve “jogar contra”. “A sua cabeça, o governo, os bancos, o seu contador, os clientes, os funcionários, os sócios. As dificuldades vêm de todos os lados”, diz. Perguntado por que continua apostando no ramo mesmo depois de mais de uma década, ele afirma que conseguiu fazer da própria empresa uma ferramenta de transformação social. Hoje, a SEA atua na ampliação do espaço democrático por meio da tecnologia da informação. “Nós desenvolvemos ferramentas para promoção da transparência com o objetivo de aproximar o cidadão do Estado e, assim, intensificar a participação social nas decisões públicas”, revela. 

INOVAÇÃO - Ter um projeto inovador é um dos diferenciais de quem consegue se estabelecer no mercado. Foi assim que Tallis Gomes conseguiu, em dois anos, reunir um aporte financeiro no valor de R$ 145 milhões. Responsável pela concepção do Easy Taxi, uma plataforma que facilita o acesso do passageiro ao taxista, automatizando os pedidos de táxi, Tallis desenvolveu a ideia durante um concurso de “start-ups” (empresas de base tecnológica iniciantes no mercado), realizado no Rio de Janeiro em 2011. A equipe de sua empresa melhorou o projeto nos meses seguintes e, em abril de 2012, a Easy Taxi foi lançada. 

Com experiência como empregado de empresas particulares, ele concorda com os outros palestrantes da rodada quando o assunto é perseverança. “A vontade é o principal para quem vai enveredar pelo empreendedorismo”, destaca.

Tallis Gomes falou sobre o Easy Taxi, plataforma que desenvolveu para facilitar o acesso do passageiro ao taxista

Uma das novidades para quem conferiu os debates foi a possibilidade de empreender de forma colaborativa. Henrique Bussacos, da Impact Hub, sugere: “se há dificuldade, você tem de dar a mão para quem quer colaborar com você”. A Impact Hub reúne, em São Paulo, um grupo de empreendedores, investidores sociais, freelancers, ativistas interessados em criar uma realidade mais sustentável. 

Eles atuam integrados a mais de 7 mil pessoas em outros países, com os quais podem compartilhar conteúdos, treinamentos, espaços para encontros e trabalho, além de participar ativamente de atividades como exposições, palestras, debates. 

Na opinião de Alexandre Gomes, da SEA, o nível de empreendedorismo no Brasil ainda é baixo. “Nosso ideal de sucesso é ter um bom emprego, muitas vezes, público e conseguir trocar o piso da sala de tempos em tempos. Não somos estimulados a empreender”, critica. “Com isso, ainda temos poucos exemplos de empreendedores de sucesso que nos contem a verdade sobre todas as dificuldades desse caminho”. 

FOTOS - Acompanhe todas as fotos do 1º Fórum IEL de Carreiras no Flickr da CNI. Acesse!

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