3º Diálogos da MEI tem a propriedade intelectual como tema

Reunião em São Paulo (SP) recebeu mais de 80 representantes de empresas, associações, institutos e organizações ligadas ao governo e ao mercado para tratar dos acordos internacionais de cooperação associados à propriedade intelectual

Nesta sexta-feira (10), a terceira edição do encontro Diálogos da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) teve como tema os acordos internacionais de cooperação associados à propriedade intelectual. Mais de 80 representantes de empresas, associações, institutos e organizações ligadas ao governo e ao mercado estiveram reunidos em São Paulo (SP) na reunião promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Na abertura da reunião, Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia da CNI, justificou a escolha da propriedade intelectual como tema da 3ª edição do Diálogos da MEI: “Hoje a proteção ao conhecimento se coloca como a agenda que cria mais obstáculos às empresas para impulsionar o ambiente de negócios no Brasil”. Rafael explicou que a CNI defende a redução do backlog [acúmulo de pedidos de patentes que aguardam análise] do  Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a partir de três ações: automação e modernização dos seus processos, adequação do número de examinadores à demanda do Instituto e colaboração internacional entre a instituição e os principais escritórios de propriedade intelectual do mundo.

A preocupação do diretor da CNI se justifica, já que de acordo com o presidente do INPI 63% dos pedidos de patentes registrados no Instituto têm mais de 10 anos de espera – e das 21 divisões de análise do INPI, 16 estão trabalhando com pedidos de 10 anos ou mais. “Não é um desempenho condizente com a situação brasileira de 6º economia do mundo e 10º país em pedidos de patentes”, admite Otávio Brandelli, que defende a realização de mais concursos e salários mais atrativos para os funcionários do Instituto.

Para Pedro Wongtschowski, representante do Grupo Ultra, Dentro do ciclo virtuoso da inovação, é imprescindível que haja a construção de um ambiente com segurança jurídica que assegure os direitos de propriedade intelectual. “Regulações e procedimentos antigos e morosos e o enorme backlog são os principais obstáculos da garantia aos direitos de propriedade intelectual no Brasil”, afirmou o conselheiro.

No encerramento do encontro, o presidente da GranBio e representante da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) da CNI, Bernardo Gradin, lembrou que a propriedade intelectual é um instrumento de inserção global.  “É mão dupla, reciprocidade, reconhecer transferência de tecnologia e levar tecnologia brasileira pra fora. Temos o intuito de colaborar com o INPI para resolver o backlog e apoiar a modernização do Instituto. Queremos um país que caminhe rápido para a inovação”, concluiu o empresário.

Organizado pela CNI, o Movimento tem o objetivo de incorporar e aprimorar a Gestão da Inovação nas empresas brasileiras, além de ampliar os instrumentos públicos que buscam a inovação do país. Seu objetivo estratégico é o auxílio na organização de um consenso, que seja capaz de trazer um forte apoio do setor privado à Iniciativa Nacional pela Inovação (INI).

A MEI conta com o apoio dos líderes empresariais brasileiros das principais associações industriais e das federações estaduais da indústria e consiste num esforço inédito de mover a agenda de inovação, adequando à realidade empresarial. Saiba mais em http://www.inovacaonaindustria.com.br/portal/mei/.

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