Brasil precisa ampliar oferta de educação profissional articulada com ensino médio

Na visão do ministro da Educação, Henrique Paim, a meta é um dos principais desafios do Plano Nacional de Educação

"O Brasil pode avançar muito mais no ensino profissionalizante com o Pronatec" - Henrique Paim

Nos próximos dez anos, o Brasil deverá triplicar a oferta de educação profissional técnica de nível médio. Na visão do ministro da Educação, Henrique Paim, a meta é um dos principais desafios do Plano Nacional de Educação (PNE) à preparação dos jovens para o mundo do trabalho. Ele lembrou que, apesar de o Brasil já ter dado importantes passos – saiu de 3% para 8% de estudantes cursando o ensino técnico – ainda é preciso avançar mais. Ouça o que ele disse ao Portal da Indústria, clicando aqui.

"Com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), conseguimos mostrar que é possível fazer um programa com gratuidade, qualidade e escala”, avaliou Paim. O ministro destacou que o programa acaba de chegar à meta de 8 milhões de matrículas em cursos técnicos e de formação inicial e continuada. 

Paim participou na manhã desta terça-feira (19), do Fórum Estadão Brasil Competitivo, realizado pelo Grupo Estado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com o tema Educação e o mundo do trabalho: a ponte que o Brasil precisa construir, especialistas discutiram como o PNE poderá mudar a situação da educação no país. Sancionado em 26 de junho deste ano, o plano traz 20 metas detalhadas em 253 estratégias para serem cumpridas em dez anos. Os temas vão desde o acesso à educação infantil até o financiamento da política. 

DIVERSIDADE E INOVAÇÃO - A diretora executiva da organização não governamental Todos pela Educação, Priscila Cruz, lembrou que o PNE coloca foco nas metas de quantidade e qualidade, mas que é preciso ainda garantir aspectos de equidade, diversidade e inovação no plano. “Educação é um bem público e de todos. Não adianta o país ter apenas uma elite bem educada”, disse. Segundo a especialista, sociedade bem educada é a que consegue produzir conhecimentos diversificados e complementares entre si e de forma coordenada, atuando como uma orquestra. 

“É assim que uma sociedade consegue ser justa para seus cidadãos de forma sustentável. É o que explica um país ser bom para todos”, afirmou. No que diz respeito à inovação, Priscila criticou o descompasso entre as escolas atuais e a complexidade do mercado de trabalho, o que, em sua opinião, é uma das razões para a desmotivação com os estudos e a evasão no ensino médio. “O PNE é uma agenda de Estado, que vem resolver séculos de descrédito do país com a educação. Não há espaço para errar", disse. 

METAS - O sentido de urgência e importância deu o tom da fala do superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, sobre a expectativa pelos resultados do cumprimento das 20 metas do PNE. “Corremos o risco de ficar no limbo entre as nações, sem grande relevância na inserção internacional e sem possibilidade de melhorar o desenvolvimento interno. Tal como a hiperinflação nos início dos anos 90, a baixa qualidade da educação pune os mais pobres”, comparou. 

Para ele, os principais passos que o PNE poderá trazer dizem respeito a como os estados e municípios se responsabilizarão pelas metas, como será feito e quais as implicações do monitoramento. “É isso que vai dar concretude ao plano. Se conseguirmos isso, estaremos dando um salto histórico”, avaliou. Ainda sobre o tema da gestão, Henriques ressaltou a necessidade de levar para dentro da sala de aula as experiências de gestão como, por exemplo, o uso pedagógico das avaliações e os planos políticos pedagógicos que devem ser, em sua opinião, padronizados, a fim de garantir a equidade entre as escolas do país. “A revolução da educação não está ligada ao espetacular. Ela passa pelo simples, pelo que é cotidiano, ordinário”, avaliou. 

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