Alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Amazonas têm que aprender novas tecnologias para fazer frente à evolução do homem e suas ferramentas. O aluno Bruno Sena, 20 anos, passa a maior parte do tempo de estudos na frente do computador para executar tarefas de ferramentaria usadas na ocupação profissional de construção de moldes. Bruno integra o grupo de 11 alunos que vai representar o SENAI Amazonas na 8ª edição da Olimpíada do Conhecimento, em setembro deste ano, em Belo Horizonte (MG).
“As habilidades manuais são indispensáveis ao profissional que produz peças para a indústria, mas apenas noção e habilidade de ajustagem na ferramentaria já não são suficientes para o trabalhador da indústria em nossos dias”, avalia Bruno.
Na ocupação em que irá competir com seis alunos de outros estados, além de dominar técnicas tradicionais de ferramentaria e usinagem, Bruno está cada vez mais qualificado para manusear softwares e máquinas que agregam a tecnologia de Comando Numérico Computadorizado, o CNC.
ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL - De acordo com o instrutor de construção de moldes, Geraldo Galvão, a cada ano as profissões industriais passam por mudanças e o que já foi considerado uma atividade tradicional, com poucas perspectivas de modernização, hoje ganha ferramentas tecnológicas inovadoras que permitem rapidez, precisão, dimensões, economia, e criatividade no desenvolvimento dos produtos.
“A atualização profissional deve ser contínua seja lá qual for a profissão. Um exemplo do avanço tecnológico da indústria é o do segmento metal mecânico, em que a função de ferramenteiro passou de artesanal para uma atividade computadorizada”, destaca Galvão.
Geraldo Galvão está há mais de um ano preparando Bruno para a Olimpíada do Conhecimento, maior evento de educação profissional das américas, que reunirá, em setembro, na capital mineira, mais de 800 alunos do SENAI, do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e dos Institutos Federais de Tecnologia de todo o Brasil, competindo em 58 ocupações industriais.
“Dedico-me ao máximo nas tarefas que o instrutor passa, pois sei que a repetição irá melhorar meu tempo e minhas habilidades para competir na Olimpíada do Conhecimento. Além de dar atenção ao projeto, fabricação e cavidade, também estou me especializando nos softwares Inventor e Mastercam, recursos que permitem a criação do desenho e a construção dos moldes”, explica Bruno.
Até o final de agosto, o competidor estará concentrado nas tarefas testes da ocupação de construção de moldes, sendo acompanhado por Geraldo. O aluno pretende alcançar bons resultados no evento, apresentando a excelência do ensino profissional ministrado no SENAI Amazonas.
MERCADO DE TRABALHO - Não é a primeira vez que o instrutor Geraldo Galvão, do SENAI Amazonas, prepara alunos para a Olimpíada do Conhecimento, transformando jovens estudantes em profissionais de destaque para o mercado de trabalho.
O ex-aluno do SENAI na ocupação ferramentaria, Rayson Marinho, conquistou a medalha de bronze em 2010, na Olimpíada, no Rio de Janeiro, o que lhe abriu as portas para emprego em empresas do Polo Industrial de Manaus e, posteriormente, do exterior.
O reconhecimento do seu conhecimento profissional adquirido no SENAI durante o ensino/aprendizagem trouxe a estabilidade financeira de Rayson, ao desenvolver sua profissão em três empresas ao longo dos últimos quatro anos.
No início deste ano, Rayson foi convidado para ocupar o cargo de supervisor da área de ferramentaria em uma empresa brasileira de fabricação de produtos hospitalares que há três anos se instalou na cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A proposta salarial oferecida, de nove salários mínimos, foi um dos pontos que lhe fizeram aceitar o convite. Segundo o ex-competidor da Olimpíada do Conhecimento, a média salarial em Manaus para um ferramenteiro iniciante é de R$ 2.400 e, para sênior, é de R$ 3.800.
“Acredito que o que mais contribuiu para o desenvolvimento do meu serviço na indústria foi o meu profissionalismo, alinhado ao raciocínio lógico e à rápida tomada de decisão sobre o que faço em minhas atividades do dia a dia. O SENAI foi, e ainda é, a instituição de referência para que eu tivesse uma profissão, contribuindo com o desenvolvimento de todas as minhas competências profissionais”, avaliou Rayson.