Competitividade é tema-chave do discurso de Aécio Neves, avaliam empresários

Os executivos do setor industrial aprovaram algumas das possíveis medidas citadas por Aécio Neves

O tema da retomada da competitividade recheou os comentários dos empresários sobre a participação do candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, no evento Diálogo da Indústria com candidatos à Presidência da República, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta quarta-feira (30), em Brasília. Para eles, o diagnóstico feito pelo candidato de que a indústria brasileira perdeu capacidade de competir internacionalmente nos últimos anos é verdadeiro. Os executivos do setor industrial aprovaram algumas das possíveis medidas citadas por Aécio Neves. Confira o que disseram sobre as propostas do candidato: 

Competitividade 
“O candidato acertou ao avaliar que temos de recuperar a capacidade de competir do Brasil. É o mais importante. Concordo que temos um sistema tributário caro, ineficiente e caótico, que demanda uma reforma. A burocracia está piorando e precisamos de flexibilização trabalhista. Há também que se pensar nos investimentos. Houve um plano de concessões, mas por outro lado, as amarras do Estado, como essas citadas, seguram os investimentos. Vai ajudar se tivermos uma revisão do aparelho estatal." 

Paulo Godoy, presidente da Alupar 

Câmbio 
“A medida que deve ser tomada em primeiro de janeiro de 2015 é a flutuação efetiva do câmbio, sem subterfúgios para segurar a cotação. Aécio Neves não deixou claro se fará isso, apesar de ter se comprometido com o tripé macroeconômico, de câmbio flutuante, metas de inflação e metas de superávit econômico. O câmbio é o principal componente dessa desindustrialização que está sendo gerada no Brasil. Se deixarem o câmbio flutuar, os outros problemas podem ser atacados na sequência, mas com a indústria já operando melhor." 

Humberto Barbatto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) 

Integração internacional 
“O candidato Aécio Neves tem razão ao apontar a perda de competitividade como causa do desempenho brasileiro no mercado internacional. Éramos mais relevantes no passado, com maior participação da indústria nas exportações. Para voltarmos a vender mais e termos maior integração internacional, temos de ter competitividade. Ou seja, atacar as reformas micro e macroeconômicas necessárias, como a tributária, e diminuir a burocracia e aumentar o investimento. Quando fizermos isso, voltaremos a ser relevantes no comércio exterior." 

Pedro Passos, sócio da Natura e presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) 

Infraestrutura 
Me agradou o discurso de mudança e de fortalecimento da economia brasileira, com vontade de buscar recursos no exterior, de criar um ambiente econômico com segurança jurídica e de comprometimento com o setor de infraestrutura. Na minha área deu para perceber que o discurso de Aécio Neves é o de que é necessário impedir atrasos e que o Brasil precisa de uma gestão mais moderna. O país pode se transformar em um canteiro de obras, recuperando a infraestrutura e avançando.” 

Rodrigo Vilaça, da Associação Brasileira de Logística (Abralog) 

Custos 
“O Brasil tem uma série de custos associados à manufatura que retiram competitividade das empresas. Isso foi apontado por Aécio Neves com acerto. São custos de mão-de-obra, que não são acompanhados por ganhos de produtividade, custos de energia, que são imprevisíveis, custos associados aos investimentos que não deveriam existir e tributos presos à exportação que não são recuperados. Para voltarmos a ter competitividade e conseguirmos uma recuperação da indústria e reinserção internacional, precisamos atacar esses custos associados.”

Carlos Fadigas, presidente da Braskem 

FOTOS - Confira todas as imagens do evento Diálogo da Indústria com candidatos à Presidência da República no Flickr da CNI

SAIBA MAIS - Veja a cobertura do evento e conheça as propostas feitas pela indústria aos candidatos no site especial

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