Competidores se concentram para último dia de provas na WorldSkills Américas em Bogotá

Ao final das provas, os avaliadores se reúnem para uma análise de todos os competidores. Os resultados são anunciados na cerimônia de premiação marcada para as 11 horas deste domingo (6)

Os 186 competidores da terceira edição da WorldSkills Américas entram na reta final das provas neste sábado (5). Durante os últimos três dias, cada um dos participantes que vêm do Brasil, da Colômbia e de outros 15 países tiveram suas habilidades técnicas avaliadas em 36 profissões – das quais cinco acontecem de forma demonstrativa. O Brasil, que teve o melhor desempenho nas duas primeiras edições, realizadas no Rio de Janeiro (2010) e São Paulo (2012), segue na busca pelo maior número de medalhas. “Existem algumas modalidades em que a disputa está maior que nos anos anteriores”, revela o delegado técnico do Brasil na competição, José Luis Leitão. Na prova de construção e alvenaria, por exemplo, o índice técnico já alcançado foi de 86 pontos, sete a mais que na edição anterior da WorldSkills Américas.

Esse é, inclusive, um dos indicadores de que a realização do torneio é uma estratégia acertada para aumentar o nível de excelência da educação profissional dos países participantes. O objetivo é que as 24 nações localizadas nas Américas, principalmente as da região Central e do Caribe, passem a enviar representantes nas próximas edições e assim consigam fortalecer o ensino técnico em suas fronteiras. Há espaço para isso. Nos últimos três, o que se viu fora dos boxes de prova foram milhares de crianças e jovens interessados em conhecer oportunidades de trabalho. Entre quarta-feira (2) e hoje (5), o Centro de Exposições Corferias recebeu mais de 70 mil visitantes – a imensa maioria de estudantes do ensino regular de Bogotá.

Os brasileiros, porém, representando o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) vieram com reais chances de medalhas em todas as modalidades e, desta vez, com uma preocupação a mais. O próximo torneio mundial será realizado em São Paulo, em agosto de 2015. As últimas horas de provas deste sábado são decisivas para a maioria deles. Concentração até o minuto final é a aposta para conseguir os melhores resultados. Ao final das provas, os avaliadores se reúnem para uma análise de todos os competidores. Os resultados são anunciados na cerimônia de premiação marcada para as 11 horas deste domingo (6). Veja como estão alguns dos brasileiros: 

Alvenaria

Ariel Bertolucci, 19 anos, se surpreendeu com o bom preparo de seus adversários. “No primeiro dia, terminamos a prova com apenas meio ponto de diferença um para o outro, o que, nessa modalidade, não representa nada”, contou. Bertolucci já tem experiência em competições – foi o representante brasileiro no mundial de profissões técnicas em Leipzig no ano passado, onde ganhou diploma de excelência, e o primeiro colocado na Olimpíada do Conhecimento em 2012. 

A preparação para Bogotá começou em meados de fevereiro, com treinos de oito horas por dia. “Desde que recebi o material para os treinos, passei a construir uma parede por dia”, lembra o jovem que cursa o quarto semestre de engenharia civil em Blumenau. 

Marcenaria

Selimar Dias dos Santos Filho, 19 anos, de Anápolis (GO), vai usar as horas de prova deste sábado para laminar e montar o criado mudo em madeira, o desafio da competição na modalidade marcenaria. “Pés, gavetas, portas já estão prontas. Faltam também as partes móveis”, explica o jovem que acredita estar à frente dos concorrentes. 

Apesar da pouca idade, Selimar tem experiência de quatro anos no ramo da marcenaria. Começou um curso de aprendizagem industrial em Anápolis, depois passou para a preparação para a Olimpíada do Conhecimento em 2012, em que levou a medalha de bronze e, mais recentemente, se preparando para a WorldSkills Américas. Ao lado disso, desde o ano passado, abriu uma empresa de móveis planejados em sociedade com o irmão. Os planos para o futuro incluem a graduação em arquitetura.

Cozinha

Poliana Nascimento, de 21 anos, prepara, ao menos, uma refeição por dia desde o início da competição em Bogotá. No cardápio, já teve massa e releituras de pratos típicos do Chile. O último desafio é um coelho e uma sopa com suan de porco. Para esse último, o júri vai indicar um ingrediente secreto que ela terá de utilizar na elaboração. 

Uma das provas de resultados mais subjetivos, a Cozinha tem uma parte da pontuação definida por um júri às cegas, em que os avaliadores degustam os pratos sem saber quem foi o responsável. A jovem natural de Barbacena (MG) considera a WorldSkills Américas um passo para seu desafio principal. “Ganhando ou não aqui, vou me preparar para disputar o mundial em São Paulo no ano que vem”. 

Tecnologia da moda

Isadora Gercovich, 18 anos, entrou na prova de hoje preparada para customizar um corselet. A peça, que surgiu no guarda-roupa feminino ainda na Idade Média, é um dos desafios da modalidade tecnologia da moda. Isadora, ao longo da semana, precisou desenhar o molde e costurar. Agora, vai fazer aplicações, bordados e sobreposição de tecidos. 

Ela teve dificuldade de conciliar os treinamentos no SENAI, nos últimos três meses, com o trabalho e, agora ao final da competição, pretende retomar as tarefas de design têxtil de uma malharia em Jaraguá do Sul (SC). “Eu trabalho com estrutura dos fios da malha e dos pontos, que são as características mais importantes desse tipo de material”, conta. 

Instalação hidráulica e a gás

Pablo Facchin, 20 anos, também já é experiente em torneios internacionais de educação profissional. Passou pela WorldSkills Leipzig em 2013 e mesmo assim notou dificuldades em Bogotá. “No início, ocorreram algumas mudanças, mas logo depois, consegui me adaptar”, conta.

Nos primeiros três dias, ele, que mora em Caxias do Sul (RS), fez um módulo para instalação de uma rede de gás, no qual teve de definir curvas e solda, um módulo para rede de água fria, com tubos de aço galvanizado. Concorrendo com jovens do Paraguai, Argentina e Chile, ele acredita que está melhor entre todos. O resultado, porém, só ao final do último desafio, a instalação de uma rede de água quente, em tubos de cobre. 

Mecatrônica

Diego Basso, 18 anos, é um dos integrantes da dupla que luta pela medalha em Mecatrônica. Confiante com o resultado, ele acredita que o último dia está reservado para uma tarefa de manutenção. “É o mais provável que seja isso, mas a surpresa é um dos elementos da prova e não temos como saber ao certo”, diz. 

Ao final do penúltimo dia, o time brasileiro já estava cinco pontos à frente da Colômbia, a segunda colocada. “Sabíamos que eles viriam mais bem preparados que os outros”, diz o jovem de Caxias do Sul (RS). 

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