Competição de ensino técnico abre portas para estudantes da educação regular na Colômbia

A robótica, em que equipes de Brasil, México, Chile e Colômbia disputam a medalha de ouro, é um dos espaços mais concorridos

O desafio da Robótica é programar um robô para executar a colheita, o transporte, a produção e a entrega do café para o cliente

As 40 mil pessoas que devem passar pelos estandes e pavilhões montados no Centro de Convenções Corferias, em Bogotá (Colômbia), vão conhecer de perto como trabalham os profissionais formados nas 31 ocupações técnicas que estão sendo avaliadas durante a WorldSkills Américas. O torneio que reúne 186 competidores de 17 países da região segue até domingo (6).

Enquanto os estudantes iniciavam as primeiras tarefas do dia, nesta quarta-feira (2), os corredores das cinco áreas reservadas para as provas estavam cheios de estudantes de escolas colombianas, desde crianças até jovens com idade para entrar na educação profissional.

A robótica, em que equipes de Brasil, México, Chile e Colômbia disputam a medalha de ouro, é um dos espaços mais concorridos. Os competidores são desafiados a programar um robô para executar a colheita, o transporte, a produção e a entrega do café para um cliente. O tema da prova é inspirado na realidade do país sede. A Colômbia é o maior produtor mundial de café suave arábico do mundo. Entre março de 2013 e fevereiro de 2014, produziu 11,3 milhões de sacas, marca que superou em 38% o período anterior. Nesse contexto, a mecanização da produção traz impactos positivos para a produtividade dessa indústria.

O robô utilizado na competição foi criado pela empresa alemã Festo para fins didáticos. Apesar disso, seus componentes são os mesmos utilizados nas operações industriais. “O objetivo é que os robôs realizem todas as funções de forma autônoma. Depois que programam as ações, os estudantes não podem alterar mais nada”, explica o expert da dupla de competidores brasileiros, Rafael Damaz.

PLANOS PARA O FUTURO -Jeremy Rosero, 19 anos, cursa o 11º ano da educação básica na escola Vila Elisa, localizada no norte de Bogotá. Nesta quarta-feira (2) ele passou a tarde visitando os locais de prova. O maior interesse, segundo ele, é pela robótica móvel. “Onde estudo, não há robôs, não existe essa carreira”, afirmou, ao se declarar um apaixonado pelas máquinas. Enquanto acompanhava a prova, ao lado de dois amigos, Jeremy contou que seu plano é estudar robótica e já procura um curso gratuito no Serviço Nacional de Aprendizagem (SENA) da Colômbia.

Um dos primeiros brasileiros a terminar o primeiro dia de provas, Gabriel de Castro, 20 anos, que disputa o ouro em desenho assistido por CAD, conseguiu concluir todas as tarefas do dia mais exaustivo da competição. Em seis horas, ele fez a modelagem e montagem de um compressor de ar e criou um vídeo sobre a montagem da peça. Além disso, fez a modelagem e montagem de um helicóptero de controle remoto e o vídeo de funcionamento das hélices. Feliz pelo desempenho, o goiano diz que se manterá motivado até o último momento. Essa é sua estratégia para levar o ouro pra casa. Ouça, clicando aqui.

Até a manhã de sábado, os 34 competidores brasileiros serão avaliados em 31 ocupações como mecatrônica, instalação hidráulica, refrigeração. De todo o grupo, 27 saíram de cursos profissionalizantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e outros quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC)

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