ENAI 2013: Participação do Brasil nas cadeias globais de valor estimulará as exportações e a inovação

Esta forma de organização produtiva já movimenta US$ 20 trilhões anualmente, cerca de 60% do comércio mundial, concentrados no intercâmbio de bens ou serviços intermediários

A globalização vem promovendo mudanças radicais no processo produtivo. O tradicional fluxo de bens finais e serviços deu lugar a uma complexa rede global de intercâmbio de produtos intermediários, investimentos e tecnologias. Vislumbrando uma oportunidade de promover um salto econômico, os países em desenvolvimento têm buscado atrair segmentos industriais capazes de agregar valor à pauta de produtos manufaturados e inserir sua indústria nas cadeias globais de valor (GVCs, na sigla em inglês).

Esta forma de organização produtiva já movimenta cerca de US$ 20 trilhões anualmente, cerca de 60% do comércio mundial, concentrados no intercâmbio de bens ou serviços intermediários. A prestação de serviços, aliás, tem participação relevante nas cadeias globais, respondendo 55% do valor agregado das exportações mundiais, informa estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). O trabalho mostra ainda que o Brasil está na 22ª posição entre as 25 maiores economias emergentes em grau de inserção nas cadeias globais de valor.

O tema está em discussão no 8º Encontro Nacional da Indústria (ENAI), na sessão temática Inserção da indústria brasileira nas cadeias globais de valor , que acontece agora em Brasília. Participam da discussão a vice-presidente de Assuntos Governamentais e Políticas Públicas da General Electric, na América Latina, Adriana Machado; o diretor-presidente da 3M do Brasil, José Varela; o presidente do Grupo Farma Brasil, Reginaldo Braga Arcuri; o diretor de Estratégia Corporativa da HP, Hugo Valério; e Lytha Battiston Spindola, da LBS Consultoria. No debate, os participantes discutirão a crescente relevância das cadeias globais de valor no comércio mundial, os benefícios colhidos pelos países mais integrados e a inserção do Brasil nesses arranjos produtivos.

A CNI considera que o Brasil precisa melhorar o ambiente de negócios com uma política favorável à integração da indústria brasileira às cadeias globais de valor, facilitar o comércio exterior e fomentar o investimento em tecnologia, pesquisa e em desenvolvimento. Nos últimos anos, países em desenvolvimento absorveram importantes etapas de produção de grandes multinacionais, o que contribuiu para gerar empregos qualificados, incorporar novas tecnologias e diversificar a pauta de manufaturas.

PRODUTOS BÁSICOS – O Brasil precisa ampliar sua participação nas cadeias globais de valor, especialmente na de produtos e serviços com alto teor tecnológico. Os números da UNCTAD, porém, mostram que mais de 50% dos bens intermediários na pauta de exportação do país são compostos de produtos básicos, como minério de ferro e o complexo soja. A venda de produtos de elevado teor tecnológico para o exterior, como partes e peças de veículos, ainda está limitada ao comércio com a América Latina. Já partes e peças de máquinas, por exemplo, representam apenas pouco mais de 1% do total de bens intermediários.

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