O acordo de facilitação de comércio fechado neste fim de semana em Bali, na Indonésia, durante reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) deve injetar US$ 1 trilhão na economia global por ano. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que, desse total, o Brasil deve ficar com uma fatia de pelo menos US$ 15 bilhões, considerando que o país detém, atualmente, 1,5% do comércio mundial.
“Acreditamos que o valor esteja subestimado porque a burocracia alfandegária no país é grande. Ela é o principal entrave para as empresas exportadoras industriais. O acordo concluído em Bali vai reduzir essa burocracia, o que beneficiará o Brasil”, afirmou o gerente-executivo de comércio exterior da CNI, Diego Bonomo, durante o debate virtual Rumos da Indústria, promovido pela CNI nesta segunda-feira (9).
Também participaram do bate-papo, que teve como tema o Brasil e o Comércio Exterior, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos, e a vice-presidente de Assuntos Governamentais e Políticas Públicas da GE na América Latina, Adriana Machado. A jornalista da Folha de S. Paulo Patrícia Campos Mello mediou o debate.
No encontro virtual, todos defenderam a importância de se investir em acordos multilaterais, mas concluíram que o regionalismo é fundamental para acelerar os processos que resultem em melhoras econômicas. “Os ‘timings’ são diferentes. A gente não pode esperar 11 anos para ter uma decisão global, pois essas decisões acontecem o tempo todo, de acordo com a demanda de cada um”, disse Adriana Machado.
NOVO SISTEMA DE COMÉRCIO EXTERIOR - Os empecilhos que dificultam o crescimento da economia do país também foram debatidos pelos especialistas. Aproveitando o acordo bem sucedido em Bali, o presidente da ABDI, Mauro Borges, anunciou que, até fevereiro de 2014, a presidente Dilma Rousseff deve anunciar o novo sistema brasileiro de comércio exterior. “O Portal Único do Comércio Exterior é um projeto que vem sendo construído há muito tempo e terá tecnologia de ponta. Ele vai reduzir fortemente os custos de transação do comércio internacional brasileiro”, ressaltou Borges.
“Hoje, para exportar, a empresa precisa informar o CNPJ em 18 documentos diferentes. Essa burocracia vai acabar, tornando as etapas muito mais ágeis”, reforçou Diego Bonomo, ao comentar o novo sistema que a CNI tem ajudado a construir.
HANGOUT - Esta foi a quinta edição do Rumos da Indústria, que promove debates sobre temas relevantes para a sociedade brasileira. O bate-papo é realizado via hangout, ferramenta de videoconferência da rede social Google+ que permite transmissões ao vivo.
Assista ao vídeo com a íntegra do hangout sobre o Brasil e o Comércio Exterior: