O governo brasileiro fará consultas públicas, em todo o país, para recolher sugestões que servirão de base para elaborar as propostas que o Brasil irá apresentar para a Agenda de metas 2015-2030 à Organização das Nações Unidas (ONU). A informação é do coordenador-geral para Desenvolvimento Sustentável do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mário Mottin, que participa do encontro CNI Sustentabilidade , no Rio de Janeiro.
Durante o debate sobre desafio dos objetivos de desenvolvimento sustentável e construção da agenda pós-2015, Mário alertou que a próxima Agenda, válida para os países-membros da ONU, precisa ser aplicada não só em países em desenvolvimento, mas nos desenvolvidos também. “E dessa vez, a sustentabilidade precisa ser amplamente contemplada. Além disso, esse novo acordo deve ir além de propostas. Precisa, também identificar recursos para implementar essas medidas. Sem dinheiro, nada sai do papel”, acrescentou Mottin.
Sugestões para compor a nova Agenda podem ser feitas pela internet, no site myworld2015.org, conforme lembrou Nikhil Chandavarkar, da divisão de desenvolvimento sustentável do departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU. Ele afirmou que as negociações devem durar um ano para o documento final ser apresentado na Assembleia Geral, em 2015. Cada país membro será responsável por apresentar sugestões. "No fim, queremos reunir entre 12 e 14 metas que respeitem os limites dos recursos naturais do planeta. Esse é nosso maior desafio”, ressaltou Chandavarkar.
ALERTA HÍDRICO - O aumento da demanda, o risco de escassez e a concorrência pela água têm reflexos nos custos das empresas, de acordo com Kathleen Dominique, economista ambiental da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Kathleen apresentou estudo recente da OCDE que mostra a projeção de aumento global de 55% do consumo de água em 2050. “Outro dados também nos deixa em alerta: mais de 40% da população viverá em regiões com elevado risco de escassez de água. Sem novas políticas, a disponibilidade de água será mais crítica”, disse.
Mário Mottin, do MRE, elogiou a iniciativa da CNI em discutir o tema e apresentar propostas. “É alentador e estimulante ver o setor industrial na vanguarda, à frente dessa agenda de desenvolvimento sustentável. Afinal, é o setor privado que pode investir e implementar essas mudanças”.
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