Robson Braga de Andrade defende no Senado mudanças na educação para ampliar a competitividade

É imprescindível adaptar o sistema educacional às reais necessidades do desenvolvimento econômico do país

Airton Ruschel, do MCTI, o presidente da CNI, Robson de Andrade e o senador Antonio C. Valadares

Sem melhorias no sistema educacional, será difícil para o Brasil obter no futuro bons resultados na economia, advertiu nesta quinta-feira (17), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. Em audiência pública conjunta sobre educação profissional promovida pelas Comissões de Educação, de Ciência e Tecnologia e de Desenvolvimento Regional do Senado, defendeu como imprescindível adaptar o sistema educacional às reais necessidades do desenvolvimento econômico do país. 

"Torna-se necessário e urgente ampliar a formação de profissionais em áreas críticas, como engenharias e alta tecnologia, para permitir o aumento da produtividade e da capacidade de inovação de nossos produtos, processos e serviços", assinalou Andrade.  O diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi, que também participou da audiência pública realizada pelas três comissões, informou que no Brasil apenas 6,6% dos estudantes brasileiros do ensino médio fazem curso profissionalizante, índice que é de 55% no Japão, de 52% na Alemanha e de 41% na Coreia do Sul e na França. 

Tal dado significa, na prática, segundo ele, que o jovem brasileiro não está preparado para ingressar no mercado de trabalho e, por isso, é essencial ampliar a educação profissional. 

Lucchesi revelou que menos de 16% dos jovens do Brasil de 18 a 24 anos chegam à universidade e citou pesquisas da CNI com empresários revelando que 69% deles consideram que os jovens não estão preparados para o mercado de trabalho e que veem na educação o principal fator de competitividade das empresas. Disse haver demanda, na indústria, por 177 diferentes ocupações, de técnicos em eletrônica e operadores de máquinas pesadas. 

De acordo com o diretor de Educação e Tecnologia da CNI, a remuneração inicial para jovens com certificado de nível técnico nas 21 ocupações mais demandadas está acima de R$ 2 mil mensais, podendo crescer mais de 170% em dez anos. Há formações técnicas com salário inicial de R$ 4 mil e até superiores a R$ 8 mil. 

Lucchesi anunciou que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como modelo de educação profissional na América Latina, vai ampliar para 4 milhões o número de matrículas em 2014 e é responsável, hoje, por quase metade da execução do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec. 

Os senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), presidente da Comissão de Desenvolvimento Regional, e Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da Comissão de Educação, enfatizaram ser fundamental ao desenvolvimento do país a atuação do SENAI na educação profissional. Participaram ainda da audiência pública Airton Ruschel, do Ministério da Ciência e Tecnologia, e o coordenador de Planejamento e Gestão da secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Garabed Kenchian. 

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