Comitiva de MT conhece política de atração de investimentos do Paraguai

Missão Prospectiva ao Paraguai, organizada pela Fiemt, visou encontrar alternativas usadas pelo país vizinho para elevar a competitividade de empresas brasileiras

"O Paraguai passa por novos tempos e nós queremos abrir portas para os empresários brasileiros", disse o governador do Departamento de Amambay, Pedro Gonzáles, dando a tônica do I Congresso Internacional de Promoção a Investidores do Mercosul, ocorrido em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na última sexta-feira (27). O evento contou com a comitiva do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), liderada pelo presidente da instituição, Jandir Milan.

Composta por 40 participantes entre diretores, presidentes de sindicatos patronais e industriais mato-grossenses, a Missão Prospectiva ao Paraguai organizada pela Fiemt, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN-MT), teve como intuito buscar alternativas utilizadas pelo país vizinho, que contribuem para elevar a competitividade das empresas. O Congresso contou com a participação de cerca de 450 empresários brasileiros de diferentes estados e de países vizinhos como a Argentina.

Recepcionados pelo governador Pedro Gonzáles e pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento de Amambay, Cláudio Sertão, o grupo pode conferir de perto o novo projeto político do Estado, que tem interesse em proporcionar uma nova estrutura ao país com atração de indústrias e outras empresas. "Pretendemos utilizar, entre uma série de estratégias que englobam incentivos fiscais e infraestrutura aos futuros investidores, a Lei de Maquila, que beneficia o produtor que vai produzir, não para vender para o Paraguai, mas para exportar essa mercadoria", pontuou o governador.

"Apesar de todos os benefícios, o que o investidor procura é segurança jurídica. A chance do Paraguai receber os investidores estrangeiros, principalmente os que fazem fronteira com o país, é grande, já que a logística é favorável e já há incentivo para instalar um centro de distribuição em Ponta Porã", comentou Milan. O presidente reforça que a intenção é a complementariedade dos negócios, mantendo suas matrizes no Brasil, com abertura de filiais sob o Regime de Maquila.

Dando sequência ao encontro no Paraguai, o presidente do país, Horacio Cartes, foi recebido nesta segunda-feira (30), na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), pelo presidente da entidade, Robson Braga e presidentes de Federações de Indústrias do Brasil para tratar das relações comerciais de interesse da indústria entre os dois países.

Para o presidente do Sistema Fiemt, Jandir Milan, Pedro Juan Caballero tem potencial para instalar um Parque Industrial que contribuirá para a competitividade das empresas paraguaias e brasileiras. "Em Cuiabá, os 700 hectares disponibilizados para este fim se exauriu em 10 anos. Com o Regime de Maquila e um espaço como este disponibilizado, os empresários se animam ainda mais para investimentos", enfatizou Milan. De acordo com o presidente, a intenção é fortalecer tanto o parque fabril de Mato Grosso quanto de Amambay e, assim, estreitar relações comerciais com o intuito de fortalecer o comércio bilateral entre os países.

CASE DE SUCESSO – "O Paraguai é um país que está receptivo para a indústria e os novos investimentos. Aqui me senti valorizado", enfatizou o empresário brasileiro Luiz Saldanha, que há dois anos instalou sua fábrica de seringas no país. Segundo ele, o poder público paraguaio trata o investidor com seriedade e com o comprometimento de resolver os problemas, desde que esses estejam legalmente em dia com suas atividades.

"O governo paraguaio atende, escuta e resolve com o objetivo patriótico de fazer com que o seu país saia da condição de indústria fragilizada para de 1º mundo", conta. Ainda de acordo com ele, o custo x benefício de produzir no Paraguai é viável, e seus produtos não são rejeitados no Brasil por conta da localidade da fábrica. "Nossos produtos ocupam lugar de destaque no Brasil, sendo que em nenhum dos mercados internos temos rejeição.

Daqui saem produtos com qualidade e logística facilitada", dia Saldanha. O empresário relata que a boa experiência da fábrica no Paraguai também se estendeu para o quadro de funcionários. "Nossos colaboradores que não estavam acostumados a produzir com normas ISO, em pouco tempo aprenderam a trabalhar dessa maneira". Saldanha diz que não se arrepende de transferir sua produção do Brasil para o Paraguai, porque com o nível e custo com o qual está produzindo afirma que, dificilmente, conseguiria em outra localidade brasileira. "O Paraguai é viável e Pedro Juan Caballero é a porta para essa viabilidade. Fronteira seca, tranquila, harmônica e pacífica". O empresário finalizou dizendo que acredita que com a política atualmente adotada, nos próximos cinco anos o Paraguai crescerá em torno de 20 anos.

MAQUILA - O Regime de Maquila é um sistema de produção de bens e prestação de serviços, cujo objetivo é o desenvolvimento industrial, a criação de emprego e o incremento das exportações do Paraguai. A produção ou prestação realiza-se por conta e ordem de uma empresa localizada em território estrangeiro, a qual se denomina matriz. Em virtude de um contrato internacional tudo o que é produzido em território nacional é exportado a qualquer região do mundo. No Paraguai, o Regime de Maquila foi criado pela Lei Nº 1064 do ano 1997 "Da Indústria Maquiladora de Exportação", e está regulamentado pelo Decreto - Lei Nº 9585 do ano 2000, cujo principal objetivo é a promoção, o estabelecimento e a regulação das operações das empresas maquiladoras no Paraguai.

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