Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o Brasil precisa exportar mais produtos com valor agregado e menos produtos primários para o Japão. Segundo ele, três a cada quatro produtos vendidos são básicos, enquanto apenas 12% são de alta tecnologia.
O alerta foi feito durante a abertura do maior encontro de negócios entre brasileiros e japoneses, a 16ª Reunião do Comitê Econômico Brasil-Japão, nesta segunda-feira (23), em Belo Horizonte. Ele falou a uma plateia de empresários, representantes de governo e embaixadores
Parcerias estratégicas e transferência de tecnologia são o caminho para aumentar a produtividade da indústria brasileira, de acordo com o dirigente da CNI. “O Brasil é competitivo em setores como carne, soja e café, mas precisa utilizar a sólida relação com o Japão para aumentar a qualidade das exportações”, ressaltou Andrade.
Os japoneses são investidores tradicionais em território brasileiro. Ao todo, há 455 empresas instaladas no país, que possuem investimentos de US$ 26,6 bilhões. São elas as responsáveis pela maioria das exportações de manufaturados do Brasil para o país oriental.
ÁREAS ESTRATÉGICAS - No encontro, Andrade convidou os empresários japoneses a participarem de investimentos em áreas estratégicas para o desenvolvimento do Brasil. Segundo ele, a maciça reforma das estradas, portos e aeroportos aumentará a competitividade do país e representa uma oportunidade de investimento.
No outro sentido, o presidente da CNI pediu que o setor privado brasileiro aproveite as oportunidades no setor de energia no Japão. Após a catástrofe na usina nuclear de Fukushima, em março de 2011, o governo está redirecionando a matriz energética para fontes mais limpas, e o Brasil é o país com a maior base de energia renovável do mundo. “As oportunidades estão dadas. Cabe a nós, empresários, aproveitá-las”, disse Andrade.