PDA repassa dicas para reduzir custos de energia

Alto custo da energia elétrica impacta diretamente na produtividade e na competitividade do setor produtivo

Segundo dados do Banco Mundial, o Brasil é o sétimo maior consumidor de energia do mundo, tendo a indústria como a grande responsável pela utilização desse recurso. O consumo industrial chega a aproximadamente 45% do total. No cenário mundial, o Brasil ocupa a terceira posição no que diz respeito às tarifas industriais médias mais elevadas, perdendo apenas para a Eslováquia e Itália, o que coloca ainda mais o país em desvantagem competitiva, uma vez que a tarifa média industrial brasileira é muito superior à média dos BRICS, grupo formado pelos maiores países emergentes do mundo.

O alto custo da energia elétrica impacta diretamente na produtividade e na competitividade do setor produtivo e, tendo em vista fortalecer as indústrias e reduzir despesas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) - por meio do Programa de Desenvolvimento Associativo – PDA, realizou, no final de agosto - o curso de capacitação “Como reduzir sua tarifa de energia elétrica?”, voltado para empresários e representantes das indústrias paraenses.

Dada a importância do assunto para elevar a competitividade das indústrias do Estado, o curso foi realizado nas cidades de Belém, Castanhal e Marabá. Os três municípios concentram grande parte das indústrias paraenses e, portanto, são grandes consumidores de energia elétrica.

Na Região da Grande Belém, por exemplo, onde estão localizadas algumas das grandes empresas mineradoras, só uma indústria de beneficiamento do alumínio consome 700 MW, o que corresponde a 15% do total da geração da Usina de Tucuruí, cuja capacidade é superior a 4.000 MW.

Para Fábio Dias, consultor da CNI que proferiu as palestras em Belém, Castanhal e Marabá, dias 27, 28 e 29 de agosto, respectivamente, o curso apresenta o impacto das tarifas de energia elétrica sobre a competitividade da indústria e orienta a análise da conta de energia das empresas, a fim de otimizar custos. “Nosso objetivo também é orientar os empresários sobre a possibilidade de defender tarifas de energia mais competitivas para a indústria, em conjunto com os sindicatos e a Federação, durante os processos de reajuste e revisão”.

Fábio entende que é muito importante que todos saibam identificar e analisar os diferentes elementos que compõem uma conta, a fim de identificar oportunidades de redução de custos. Para ele, compreender os processos de reajuste e revisão de tarifas de energia é fundamental na defesa de tarifas mais competitivas.

Rita Arêas, presidente do Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas do Pará (Sindusroupa), participou do curso, em Belém. Ela conta que, a partir dos ensinamentos absorvidos, começou a entender e a decifrar a conta de energia elétrica, compreendendo, por exemplo, o porquê dos valores cobrados, a composição de taxas, encargos, tributos e, efetivamente, o real custo da energia cobrada.

“A partir desse conhecimento fica possível argumentar, questionar e até pleitear mudanças previstas que possam baixar os valores pagos na conta. Não há dúvida de que o custo da energia elétrica é um dos grandes vilões para a competitividade na indústria do nosso Estado e do país. Apesar da matriz de energia elétrica brasileira ser fundamentalmente de hidrelétricas, que corresponde ao menor custo, se comparado aos demais países, ainda assim pagamos valores bem mais altos”, relata a empresária.

Na avaliação de Quívio Cerqueira, da empresa Pisofort, de Marabá, os cursos oferecidos pelo PDA têm proporcionado aprendizados importantes. “Os consultores são qualificados e a didática excelente. O tempo que deixamos de estar dentro da empresa para comparecer aos cursos vale muito. Levarei os ensinamentos para a minha empresa a fim de reduzir custos e ganhar em competitividade”, avalia.

Quem também deverá incorporar as dicas de redução para os custos de energia é o empresário Cléber Souza, do segmento da Construção Civil, de Castanhal. Cléber participou do curso, ministrado no município da região nordeste paraense, e ficou bastante entusiasmado com a possibilidade de cortar grande parte do seu custo produtivo. “Do total do meu custo de produção, a energia responde por 40%. Com base no que foi repassado pelo curso, colocarei em prática um projeto para utilizar fontes alternativas de energia, provocando uma redução de 80% na minha conta de energia elétrica”, contou Cléber Souza.

Relacionadas

Leia mais

Sindicatos promovem cursos em parceria com PDA

Comentários