Paraibanos discutem propostas para o Projeto Educação para o Mundo do Trabalho

Evento foi aberto pelo presidente da FIEP, Francisco Benevides Gadelha, que ressaltou a importância da iniciativa da CNI

Empresários, jornalistas, profissionais da área de educação acompanharam na manhã desta quinta-feira, 15/08, na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba - FIEP uma apresentação do Projeto Educação para o Mundo do Trabalho, criado pela Confederação Nacional da Indústria - CNI.

O evento foi aberto pelo presidente da FIEP, Francisco Benevides Gadelha que ressaltou a importância da iniciativa da CNI. "O Brasil é um país que tem crescido bem, apesar de não termos uma educação de qualidade. Hoje estamos em 53º lugar no ranking de 65 países pesquisados, com relação ao desempenho adequado dos estudantes em disciplinas como português e matemática. E isso interfere diretamente na competitividade do país. Somos o sétimo PIB do mundo, mas estamos na 48ª posição em competitividade global. Precisamos de educação de qualidade, para alcançar níveis mais altos de competitividade e esse projeto da CNI vai favorecer isso", concluiu o presidente da FIEP.

Atualmente, conforme levantamento da CNI com base na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2011 existem no Brasil 8,7 milhões de jovens no Ensino Médio, 2,1 milhões que estão fora da escola e sem emprego e 5,6 milhões de industriários que não possuem Ensino Médio. No caso dos trabalhadores das indústrias, 81 mil são analfabetos, 2,6 milhões tem Ensino Fundamental incompleto, 1,8 milhão tem Ensino Fundamental completo e 1,1 milhão tem Ensino Médio incompleto.

No encontro, foi realizado uma palestra com o Consultor da CNI, o professor Ricardo Martins, que apresentou dados sobre a Educação Brasileira, e mostrou a proposta do Projeto, que busca melhorar o panorama da Educação no país. "Na verdade existe uma série de fatores que contribuem para as dificuldades que se enfrenta com relação ao perfil dos trabalhadores brasileiros, no entanto a educação é o fator determinante, em termos de qualidade, e as pesquisas mostram isso. A Educação melhorou muito nos últimos anos, mas precisamos melhorar ainda mais para que possamos almejar patamares de níveis de qualidade adequados e de competitividade no setor industrial, e para isso, a formação escolar do trabalhador é fator decisivo", disse.

Após a palestra, os participantes foram divididos em grupos, e com o apoio do Psicólogo Rossandro Klinjey, e de colaboradores do Sistema Indústria discutiram propostas voltadas para a educação dos jovens brasileiros que estão fora da escola, e não trabalham, e ainda para os trabalhadores da indústria que muitas vezes não conseguem sequer concluir o ensino médio. As sugestões vão compor uma agenda nacional que será lançada no próximo mês de outubro.

"Este encontro busca discutir ações nacionais de médio e curto prazo para jovens de 18 a 24 anos, e o que pode ser feito aqui na Paraíba para esses jovens; e ainda sugestões de premiações que possam vir a ser um incentivo para essas ações, seja para o empresariado ou para o próprio jovem, e discutir também a criação de um núcleo de educação para o Mundo do Trabalho, a partir dai teremos 27 núcleos, nos 26 Estados e no Distrito Federal, e no dia 30 de outubro haverá o lançamento Nacional do Projeto, com uma agenda que está sendo referendada, inclusive pelo Departamento Regional da Paraíba, e vai virar uma agenda nacional de Ação, a partir dai vamos passar a monitorar esses projetos e programas todos os anos, e premiar anualmente ou a cada biênio cada um deles", afirmou Hydnea Ponciano, Especialista de Negócios Sociais da CNI.

O Projeto da CNI é voltado para três grupos: jovens entre 18 e 24 anos no ensino médio; para a mesma faixa etária que não estudam nem trabalho e trabalhadores da indústria sem ensino médio. O objetivo é, por meio de ações apresentadas em encontros, gerar resultados a curto prazo, em ciclos de 12 a 24 meses, e criar meios para melhorar o desempenho dos jovens e trabalhadores em língua portuguesa e matemática. A entidade defende ainda que o projeto amplie o compromisso da sociedade com a qualidade da educação, pela valorização dos professores e crie uma ponte entre empresas e escolas.
"Nós temos um déficit muito grande na educação, e isso tem refletido na produção imediata, e tem trazido um desânimo, muito grande para os nossos jovens, que não aceitam mais o modelo atual de educação, principalmente a forma como o ensino médio está sendo realizado, com um currículo do século XVII, extremamente academicista, com algumas escolas trabalhando com até 17 disciplinas. É um excesso de conteúdo, que não se mostra prático, nem necessário numa vida profissional", ressaltou Hydnea Ponciano.

A CNI quer garantir o caráter permanente do movimento, tendo o acompanhamento das ações desenvolvidas localmente pelos representantes regionais do SESI, do SENAI e do IEL (Instituto Euvaldo Lodi). As instituições vão formar uma rede interna de Educação para o Mundo do Trabalho.

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