A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está preocupada com o fim do Sistema Geral de Preferências (SGP), que beneficiou US$ 2,3 bilhões em exportações brasileiras no ano passado. O valor este ano deve ser ainda maior. O programa, que concede vantagens comerciais a países e produtos de nações em desenvolvimento, inclui 3,5 mil produtos brasileiros, que corresponderam, entre janeiro e abril de 2013, a US$ 865 milhões de vendas.

O benefício tinha validade até 31 de julho e não foi renovado pelo congresso dos EUA. O mesmo aconteceu em 2010, ano em que a renovação foi aprovada posteriormente, gerando efeitos retroativos.

O SGP facilita o desenvolvimento de pequenas e médias empresas brasileiras que são fornecedoras de grandes grupos norte-americanos instalados no Brasil. Essas empresas são favorecidas com a transferência de tecnologia e inclusão nas cadeias globais de produção. "É ingenuidade achar que o benefício serve apenas para ajudar os países em desenvolvimento. Se trata de uma estratégia comercial muito interessante para as empresas americanas", explica a gerente executiva de Relações Internacionais da CNI, Soraya Rosar.

Dados da Câmara de Comércio Brasil-EUA mostram que 75% das trocas realizadas dentro do sistema são de produtos primários e bens de capital usados na produção de mercadorias com alto valor agregado. Entre os setores manufatureiros que mais se utilizam do SGP estão os de autopeças, motores elétricos e químicos.

Em 2012, o Brasil foi o terceiro maior beneficiado pelo programa, com vendas de US$ 2,3 bilhões, atrás da Índia, que vendeu US$ 4,5 bilhões, e da Tailândia, com US$ 3,7 bilhões. Ao todo, os EUA concedem a vantagem para 127 territórios aduaneiros que consideram como economias em desenvolvimento.