Formar jovens com nível de escolarização básica para que possam ser incorporados ao trabalho na indústria. Com esse objetivo inicial, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou ontem em Fortaleza, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e o Serviço Social da Indústria (SESI) a etapa regional do Projeto Educação para o Mundo do Trabalho.

Segundo dados do CNI hoje são 5,6 milhões de trabalhadores empregados na indústria que não possuem o ensino médio; 8,7 milhões de jovens que estão cursando o ensino médio no país e 2,1 milhões de jovens entre 18 e 24 anos que possuem ensino médio completo ou incompleto, mas que se encontram fora da escola e do mercado de trabalho. Esses dados traçam o perfil dos jovens de interesse específico do projeto.

"Nós entendemos que precisamos de ações de curto prazo para dar um salto efetivo no nível de proficiência dos alunos", ressaltou Ana Luiza Amaral, da CNI. Conforme o cronograma do projeto, no dia 30 de outubro será lançado em Brasília a fase nacional do projeto com as ideias e propostas de todos os Estados do país e as sugestões de ações que serão premiadas em 2015. A partir de 2014, o projeto será implementado através das parcerias com instituições, empresas e governos.

Para o antropólogo, ensaísta de cultura e professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC - RJ), Roberto DaMatta, que ministrou palestra de abertura do evento em Fortaleza, o projeto é uma iniciativa que pode gerar bons frutos para o futuro. "Desses encontros podem surgir ideias simples e novas, mas, sobretudo uma consciência maior. É necessário que quem emprega tenha uma preocupação com ensino. E se isso funcionar a gente pode ter uma mudança significativa".

Falaram ainda no lançamento do programa o presidente da Fiec, Roberto Macêdo, o superintendente regional do SESI - CE, Francisco das Chagas Magalhães e Raimundo Nonato Nogueira Lima, presidente do conselho municipal de educação em Fortaleza.