Quando o assunto é meio ambiente, a indústria brasileira ainda está vulnerável, refém de uma visão romantizada de órgãos públicos, de defesa e da sociedade organizada. O assunto foi centro de discussão entre empresários do sul de Minas e o consultor ambiental Marco Antônio Fernandez, em evento realizado hoje (18) pela Fiemg Regional Sul em comemoração ao Dia do Empresário Industrial de Pouso Alegre.
Segundo Fernandez, o país passa por um momento de mudança de paradigmas na área ambiental. A discussão, entretanto, não evolui quando chega ao nível da revisão de padrões individuais de consumo. “Ninguém quer comprar menos sapatos, deixar de usar o ar condicionado ou diminuir o uso de papel”, exemplificou.
E o setor produtivo continua sendo visto como o grande vilão. “Há uma infinidade de órgãos e entidades influenciando a vida dos empresários. Mas falta aprofundamento técnico e as regras, muitas vezes, são subjetivas demais”, reclamou, fazendo coro com os empresários presentes ao evento.
A complexidade do processo de licenciamento ambiental ainda é o maior fantasma para as indústrias. Uma das preocupações das empresas é a falta de informação sobre o assunto.
Marco Antônio Fernandez ressaltou que o associativismo é a chave para oferecer estrutura, suporte e fortalecer o setor nas discussões ambientais. Frisou ainda a importância da representatividade de entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as federações de indústrias na defesa dos empresários. Citou como exemplo de iniciativa de sucesso o programa de simbiose industrial, oferecido pela Fiemg para incentivar e facilitar a troca de resíduos entre as empresas.