Indústria da construção reduz atividade e número de empregados

O indicador de evolução da atividade caiu para 44,3 pontos, e o índice que mede o nível da atividade em relação ao usual recuou para 42,3 pontos no mês passado

A indústria da construção reduziu a atividade em junho. O indicador de evolução da atividade caiu para 44,3 pontos, e o índice que mede o nível da atividade em relação ao usual recuou para 42,3 pontos no mês passado, informa a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta terça-feira, 23 de julho, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem. Abaixo de 50 revelam retração da atividade. 

De acordo com a pesquisa, o indicador de nível de atividade em relação ao usual foi o mais baixo da série, que começou em dezembro de 2009, e  ficou 7,3 ponto percentual abaixo da média histórica que era de 49,6 pontos. "O desaquecimento foi comum a todos os portes de empresas", observa a Sondagem. Nas pequenas, médias e grandes empresas o indicador ficou na casa dos 42 pontos.  Segundo o economista da CNI Danilo Garcia, a desaceleração da indústria da construção é resultado do desaquecimento da economia brasileira. 

Com a retração da atividade, a utilização da capacidade de operação caiu de 69% em maio para 68% em junho. A ociosidade é maior nas pequenas empresas, em que a utilização da capacidade de operação foi de 64%.  Nas médias empresas o indicador foi de 70%, e, nas grandes, de 69%. 

O emprego também sofreu o impacto da queda na atividade. O indicador de evolução do número de empregados ficou em 45,5 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que revela redução no quadro de trabalhadores. "Desde abril de 2012 a construção não expande o quadro de funcionários", diz a pesquisa. 

SITUAÇÃO FINANCEIRA – O levantamento da CNI informa ainda que os empresários estão insatisfeitos com a margem de lucro e a situação financeira da empresa. O indicador de satisfação com a margem de lucro ficou em 44,2 pontos no segundo trimestre, o menor nível da série iniciada em dezembro de 2009. O indicador de satisfação com a situação financeira, que recuou para 46,7 pontos, também foi o pior da série histórica. Os valores variam de zero a cem e quando ficam abaixo de 50 indicam insatisfação com a margem de lucro e com a situação financeira. 

Conforme a Sondagem, o preço dos insumos e das matérias-primas aumentou no segundo trimestre. O indicador de preço dos insumos e matérias-primas, que foi de 62,7 pontos no primeiro trimestre, alcançou 63,3 pontos no segundo trimestre, acima da linha divisória de 50 pontos que indica aumento nos preços. 

Os empresários também consideram que o acesso ao crédito ficou mais difícil no segundo trimestre. O indicador ficou em 43,2 pontos, o menor nível da série. "Essa percepção é comum aos empresários das empresas de todos os portes, mas a pior avaliação foi entre os empresários das médias empresas", diz a pesquisa.  O indicador de acesso ao crédito ficou em 41,4 pontos entre as médias empresas. Nas grandes, foi de 43,2 pontos e, nas pequenas, de 44,2 pontos. 

PERSPECTIVAS FUTURAS - Os empresários da construção continuam mostrando pouco otimismo com o futuro. O indicador de expectativa sobre o nível de atividade do setor ficou em 54,6 pontos em julho, acima da linha dos 50 pontos (o que significa expectativa positiva), mas 5,6 pontos abaixo da média histórica. A expectativa sobre novos empreendimentos e serviços, cujo indicador ficou em 54,4 pontos em julho, ficou 5,9 pontos percentuais abaixo da média histórica. 

Também estão abaixo da série histórica as expectativas em relação à contratação de novos empregados, cujo indicador ficou em 54,7 pontos em julho, e o de previsão de compra de matérias-primas, que foi de 54,4 pontos em julho. "Os empresários estão pouco otimistas e não vislumbram uma recuperação mais forte para o setor ainda neste ano", avalia Danilo Garcia. 

A pesquisa foi feita entre 1º e 12 de julho com 522 empresas. Dessas, 155 são pequenas, 236 são médias e 131 são de grande porte. 

ÁUDIO - Ouça a análise dos resultados da Sondagem Indústria da Construção de junho feita pelo economista Danilo Garcia clicando aqui.

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