Educação profissional facilita ingresso no mercado de trabalho

As 21 profissões técnicas mais demandas pela indústria têm o salário médio inicial de R$ 2 mil

A educação profissional abre as portas do mercado de trabalho para os jovens e é um atalho para quem quer avançar na carreira. “As 21 profissões técnicas mais demandas pela indústria têm o salário médio inicial de R$ 2 mil. Os profissionais dessas áreas com mais de 10 anos de carreira podem ganhar até  R$ 5,7 mil", informa o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi. "Isso é uma clara demonstração de que a educação profissional tem um verdadeiro sentido de mobilidade social”, acrescenta Lucchesi. 

Precisamos avançar na inclusão do jovem no ensino profissional" - Rafael Lucchesi

Mesmo assim, apenas 6,6% dos jovens brasileiros estão matriculados em cursos de educação profissional. O percentual é muito inferior à média dos países industrializados, onde, conforme dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 35% dos jovens optam pela educação profissional. Na Alemanha e na Finlândia, cerca de 50% dos jovens fazem cursos técnicos e, na França, a 58%. 

"Atualmente, temos 24 milhões de jovens no Brasil, dos quais apenas 4 milhões vão para a universidade. Precisamos avançar na inclusão do jovem no ensino profissional", afirma Lucchesi. A formação profissional é indispensável para aumentar a competitividade das empresas. Pesquisas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirmam que a escassez de mão de obra qualificada está entre os principais problemas das empresas brasileiras. Conforme a Sondagem Industrial, a falta de trabalhador qualificado foi o quinto principal problema enfrentado pelos empresários no primeiro trimestre deste ano. 

HÁ VAGAS NA INDÚSTRIA - De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial, entre 2012 e 2015, a indústria brasileira vai precisar de 7,2 milhões de profissionais com formação técnica e profissionalizante. E do total, 1,1 milhão serão vagas para jovens em busca do primeiro emprego. Em comparação com o estudo de 2008, houve aumento de 24% na demanda por profissionais qualificados – a necessidade apontada para o período 2008-2011 foi de 5,8 milhões. 

Essa pesquisa mostra que a demanda pela capacitação de 7,2 milhões de profissionais estará distribuída em 177 ocupações diferentes. São profissões procuradas, principalmente, pela indústria de alimentos, têxtil, automotiva, da construção civil, eletrônica, entre outros setores. 

A necessidade vai desde formações de média qualificação, como operadores de máquinas pesadas e mecânicos de manutenção de máquinas industriais e de veículos automotores, até cursos que exigem mais tempo de preparação, como técnicos de controle de produção e em eletrônica. 

No que diz respeito à empregabilidade dessas pessoas, um outro estudo do SENAI mostrou que um ano depois de obterem o diploma, os trabalhadores de nível técnico formados na instituição conseguem aumentar sua renda em 24%. O levantamento acompanhou metade das quase 40 mil que terminaram os cursos em 2010. Desse total, 72% conseguem trabalho no primeiro ano depois de se formarem. Esses alcançaram renda média de 2,6 salários mínimos, cerca de R$ 1,6 mil, na época. Os que atuam em áreas relacionadas à de formação são 73% dos que estão ocupados. A renda média deles é 19% maior que os ocupados em outras áreas. 

SISTEMA ALEMÃO - Na Alemanha, cerca da metade dos jovens, após concluir o equivalente ao ensino fundamental no Brasil, aprende um dos 350 ofícios reconhecidos pelo Estado por meio do sistema dual, que combina atividades na escola e na empresa. Ao longo da semana, o estudante passa três ou quatro dias como aprendiz em uma empresa. Nos demais dias - um ou dois - tem aulas teóricas específicas na escola profissionalizante.  O curso pode durar de dois a três anos e meio, conforme a profissão escolhida pelo jovem. 

De acordo com o Centro de Informações do Governo Alemão, a formação é financiada pelas empresas, que pagam uma remuneração aos aprendizes, e pelo Estado, responsável pelos custos da escola profissionalizante. No total, 500 mil firmas, o serviço público e profissionais liberais oferecem formação profissionalizante para os jovens. Mais de 80% das vagas são oferecidas por médias e pequenas empresas. Graças a este sistema, a porcentagem de jovens de 15 e 19 anos desempregados ou sem vaga num curso profissionalizante é de 4,2 % naquele país. 

A união de teoria e prática garante a alta qualificação dos artesãos e operários alemães. Esta formação é também o portão de entrada para uma carreira, indo do aperfeiçoamento profissional até a obtenção do certificado de mestre de ofício. Uma novidade na Alemanha é a possibilidade de, por meio de cursos de especialização, se qualificar até concluir um curso de master em uma escola superior. 

MAIS NOTÍCIAS: 
Acompanhe a cobertura jornalística do WorldSkills 2013 feita pelo Portal da Indústria: 

06.07.2013 - Terminam as provas do torneio mundial de profissões, o WorldSkills 
05.07.2013 - Portal da Indústria entrevista o presidente do WorldSkills International 
05.07.2013 - Brasil será sede da próxima edição do WorldSkills, em 2015 
04.07.2013 - Brasil precisa formar 850 mil profissionais até 2015 em áreas do SENAI 
04.07.2013 - Empresários europeus acreditam no crescimento da economia brasileira 
04.07.2013 - "Educação profissional dá cidadania plena", diz ex-presidente Lula 

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