Sobre negócios e propriedade intelectual: três cases de sucesso

Relação entre proteção do conhecimento e valor agregado de marcas, produtos, serviços e ativos intangíveis foram apresentadas em painel durante 6º IPBC

O que uma empresa multinacional quase falida e a segunda maior fabricantes de celulares do mundo têm em comum? O investimento em propriedade intelectual estratégia de sobrevivência no mercado global. Essa e outras conclusões sobre a relação entre a proteção do conhecimento e valor agregado de marcas, produtos, serviços e ativos intangíveis foram apresentadas no painel sobre os desafios de criar, demonstrar e comunicar o valor da propriedade intelectual que aconteceu hoje (11) no 6º IPBC – Intelectual Property Business Congress.

Kodak e a salvação
Depois de liderar o mercado de filmes fotográficos no século XX, a Kodak não adaptou seu modelo de negócio à chegada das câmeras digitais e em 2012 apresentou a um tribunal de Nova York um pedido de concordata para reorganizar seus negócios. “Um dia já foi absurdo pensar em colocar câmeras no celular. Os paradigmas mudaram com uma velocidade superior ao nosso preparo para adaptar-se a eles”, revelou Timothy Lynch, chefe do escritório de propriedade intelectual da empresa.

 “Por toda a trajetória da empresa, recebemos muitos questionamentos sobre a nossa estratégia e os nossos registros de patentes”, explicou o executivo. Segundo Timothy Lynch, na última década a Kodak chegou a gastar anualmente US$ 50 milhões em processos relativos à proteção do conhecimento e, para alavancar seu reposicionamento no mercado, está construindo um novo portfolio de patentes baseado em tecnologias de câmeras digitais que futuramente serão comercializadas na Ásia.

Nokia e a estratégia
A Nokia, por sua vez, desenvolveu um programa interno para reconhecer as oportunidades de mercado e decidir quais ativos devem ser protegidos a partir delas. “É a nossa estratégia para manter um portfolio de tecnologia competitivo”, explicou Paul Melin, chefe do escritório de propriedade intelectual da empresa. O executivo considera o sistema de patentes norte-americano caro e ineficiente mas mesmo assim faz uso dele, “já que investir em propriedade intelectual é essencial para proteger e negociar nossa tecnologia”.

TomTom o fim da crise
Quando a crise surge numa empresa, a solução pode estar nas patentes disponíveis no mercado. “Quando atingimos 1 bilhão de euros em caixa, atraímos investidores, parceiros e violadores dos direitos de terceiros, que precipitaram nossa primeira crise”, revelou Peter Spours, chefe do escritório de propriedade intelectual da TomTom, multinacional líder na produção de equipamentos de localização e navegação como o GPS. Como não tinham mais capital para investir em inovação, adquiriram patentes disponíveis no mercado de tecnologia relacionadas ao seu negócio e dessa forma conseguiram desenvolver produtos competitivos que recuperaram a empresa.

Peter Spours reconhece a propriedade intelectual como uma ferramenta básica de negócios. “Por isso, é fundamental simplificar as ferramentas de proteção ao conhecimento e o discurso sobre elas. A maioria das pessoas não está interessada nas Leis, e sim em como isso vai afetar ou beneficiar suas empresas”. O executivo também enfatizou que um portfolio de patentes e marcas só pode ser ampliado com base na razão e na coerência desses ativos com o negócio: “sou a favor de criar menos e com mais qualidade e efetividade”.

Sobre o evento
De 9 a 11 de junho, o IPBC 2013 reuniu em Boston (EUA) representantes de transnacionais,  organizações e escritórios de advocacia globais para discutir as oportunidades e os desafios que esses líderes têm pela frente em relação à proteção do conhecimento. Saiba mais sobre o evento em www.propintelectual.com.br e www.ipbusinesscongress.com

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