Custos da indústria brasileira crescem menos no começo de 2013

Elevação foi de 5,8% no primeiro trimestre de 2013 na comparação com o mesmo período de 2012

O crescimento dos custos da indústria desacelerou no começo deste ano. No primeiro trimestre de 2013, a elevação foi de 5,8% nos custos frente ao mesmo período de 2012. O indicador chegou a 8,2% no terceiro trimestre do ano passado, na comparação com o terceiro trimestre de 2011. Já no quarto trimestre de 2012, a alta foi de 6,5% ante ao igual período em 2011. As informações são da pesquisa Indicador de Custos Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (6).

A perda no ritmo de aumento das despesas da indústria foi causada, sobretudo, pelas reduções promovidas pelo governo. O custo com energia, por exemplo, baixou 1,8% no primeiro trimestre do ano frente ao mesmo período de 2012, e com capital de giro recuou 22,5% na mesma comparação.

A elevação dos custos com tributos também teve forte desaceleração. O valor dos impostos na indústria cresceu apenas 1% no primeiro trimestre deste ano frente ao primeiro trimestre de 2012, puxada pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Conforme a pesquisa, a desoneração da folha de pagamentos e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis e eletrodomésticos contribuíram para essa perda de ritmo de crescimento dos custos tributários observada desde o último trimestre de 2012, quando houve alta de somente 0,3% no indicador frente a igual período de 2011.

Outra variável que perdeu ritmo de crescimento foi o da mão de obra. Após seis trimestres consecutivos com elevações acima de dois dígitos, o gasto com pessoal subiu 7,7% no primeiro trimestre do ano frente ao primeiro trimestre de 2012.

Já o aumento de preços dos insumos e matérias-primas usados na produção industrial foi o que mais contribuiu para a elevação dos custos do setor no primeiro trimestre do ano. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, cresceram 9,9%. No caso de insumos e matérias-primas importados, a elevação dos custos foi ainda maior: 12,3%.

De acordo com o estudo, esse foi o segundo trimestre consecutivo em que os custos do setor cresceram menos que os preços dos produtos industrializados, que tiveram alta de 7,6% no primeiro trimestre de 2013 na comparação com igual período do ano passado. A desaceleração no aumento dos custos combinada a um crescimento maior nos preços dos produtos industrializados permite a recuperação da margem de lucro. “Essa melhora na margem de lucro é fundamental para que as indústrias possam executar seus projetos de investimento”, destaca o documento.

COMPETITIVIDADE – Mesmo com a desaceleração do aumento dos custos industriais, a pesquisa aponta, no entanto, que o ganho de competitividade visto ao longo de 2012 mostra sinais de esgotamento, principalmente, pela perda de intensidade no crescimento da taxa de câmbio. Para se ter uma ideia, os preços, em reais, dos produtos industriais importados, que chegaram a crescer 23,7% no segundo trimestre de 2012, aumentaram menos no primeiro trimestre deste ano: 11,9%, na comparação em 12 meses.

Além disso, o comportamento recente da taxa de câmbio confirma sua perda de importância na recuperação da competitividade da indústria. Para manter o crescimento da competitividade do setor, a CNI sugere que se intensifiquem ações para redução do chamado Custo Brasil, tanto nos custos de produção da indústria como nos custos sistêmicos da economia brasileira.

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