Boa gestão de sindicatos impacta diretamente na competitividade, afirma presidente da FIESC

Glauco José Côrte fala sobre o programa que já capacitou 85 gestores sindicais e sobre os desafios para fortalecer a representação da indústria

" A experiência adquirida no ambiente empresarial colabora muito com a gestão dos sindicatos" - Glauco José Côrte

O Programa de Formação de Secretários Executivos de Sindicatos, desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) e apoiado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é um dos mais cotados para integrar, a partir do próximo ano, as ações oferecidas nacionalmente pelo Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA), desenvolvido pela CNI em parceria com federações e sindicatos industriais.

Composto por quatro tipos de cursos voltados a dirigentes e a secretários executivos, o programa da FIESC aborda aspectos relacionados à gestão de organizações sindicais e ao relacionamento com as indústrias representadas. Ao todo, já foram capacitados 85 gestores. Em entrevista ao Portal da Indústria, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, explica que enquanto o líder sindical define o rumo e os projetos prioritários, grande parte da execução cabe ao secretário executivo do sindicato.

Na conversa, Côrte também fala sobre os desafios para fortalecer a representação da indústria e conta casos de sucesso da FIESC em parceria com sindicatos para atender às demandas do setor no estado. Confira os principais trechos da entrevista:

Portal da Indústria – Quais desafios sindicatos e federações precisam enfrentar hoje em dia para atrair empresários e os manter associados e engajados nas causas do setor? 

Glauco José Côrte – O principal desafio de federações de indústrias e sindicatos é estarem alinhados às demandas das indústrias, com o objetivo de prestar melhores serviços e criar estratégias para melhorar o ambiente de negócios e minimizar os impactos da legislação sobre a competitividade do setor. Não tenho dúvida de que a competitividade da indústria tem relação direta com a relevância, força e representatividade dos sindicatos.

Portal da Indústria – Um excelente líder empresarial geralmente é um excelente líder sindical? Que qualidades, na sua visão, são imprescindíveis para um líder sindical? 

Glauco José Côrte – A experiência adquirida no ambiente empresarial colabora muito com a gestão dos sindicatos.  Em geral, são líderes empreendedores, visionários e comprometidos com a causa. Vejo a capacidade de liderança, mobilização e planejamento como fundamentais para um líder sindical atuar em defesa dos interesses de sua categoria.

Portal da Indústria – A FIESC iniciou recentemente um programa para formação de secretários executivos de sindicatos. Por que oferecer treinamentos específicos para esse tipo de profissional? 

Glauco José Côrte – Para que os sindicatos possam atuar bem, agimos na capacitação dos dirigentes sindicais e também dos profissionais que neles trabalham. Enquanto o líder sindical define o rumo e os projetos prioritários, grande parcela da execução cabe ao executivo. Assim, o alinhamento entre a estratégia e a execução torna-se fundamental. O secretário executivo é fundamental para deixar o sindicato organizado, atuante e com uma boa imagem perante os empresários. Buscamos desenvolver em nossos treinamentos certas habilidades, competências e atitudes que contribuam para a formação dos profissionais e ajudem na consecução dos objetivos almejados. São capacitações técnicas e comportamentais que abrangem desde organização, administração, tributação, finanças, gestão de projetos e marketing até vendas.

Portal da Indústria – O senhor poderia mencionar algum caso em que a atuação conjunta de empresas, sindicatos e FIESC trouxe resultados positivos para a indústria catarinense? 

Glauco José Côrte – Um exemplo prático foi a mobilização em torno da regulamentação da Resolução 13, do Senado, que acaba com a chamada Guerra dos Portos. A FIESC obteve liminar contra um dispositivo ilegal que obrigava as indústrias a revelarem informações estratégicas, como a composição de conteúdo importado. Conseguimos que as empresas filiadas aos sindicatos ficassem desobrigadas de prestarem essa informação. Outro exemplo de iniciativa bem sucedida é o grande envolvimento das empresas e sindicatos no movimento A Indústria pela Educação, liderado pelo Sistema FIESC. O intuito é despertar a atenção dos empresários e trabalhadores para a necessidade urgente de elevar a escolaridade e a qualificação da força de trabalho para ganhos de produtividade e competitividade.

Portal da Indústria – Quais os desafios da Federação para os próximos anos na promoção do associativismo? 

Glauco José Côrte – Aumentar a representatividade dos sindicatos, ampliar os serviços do Sistema FIESC e atrair cada vez mais as indústrias para participarem do sistema de representação industrial, fortalecendo o associativismo.

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